Um capacete desenvolvido na cidade de Haifa, em Israel, pode ser um divisor de águas no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), já que, ao invés de tratar esta doença com medicação, faz isso através de descargas elétricas que conseguem reduzir seus sintomas.
"Acreditamos que nossa solução afetará todo mundo e não apenas as pessoas que sofrem do TDA", explicou Rami Shacour, co-fundador e CEO da Innosphere, a empresa que desenvolveu o produto. Isto acontece porque o TDA, explica, "afeta não só as crianças, mas a toda a sociedade", incluindo os pais, que sofrem ao não poder ajudar seus filhos enquanto são testemunhas dos efeitos negativos das medicações, que podem provocar depressão e problemas alimentares. O dispositivo criado é colocado na parte superior da cabeça e envia cargas elétricas a regiões específicas do cérebro relacionadas com o TDA.
O paciente deve utilizá-lo por 20 minutos por dia durante 10 ou 15 dias consecutivos, após os quais os desenvolvedores prometem um efeito mais prolongado. Uma caraterística do tratamento, e que o diferencia da medicação utilizada atualmente, é a Inteligência Artificial utilizada para personalizá-lo de acordo com os sintomas de cada paciente.
"É cientificamente comprovado que as regiões do cérebro envolvidas no TDA sofrem uma redução de atividade neuronal", segundo Shacour, que acrescentou que o método de estimulação elétrica não invasiva permite melhorar a atividade neuronal nessas regiões. Os testes clínicos apresentaram resultados promissores, incluindo um sucesso de 50% na redução de sintomas entre as 100 crianças de sete a 12 anos que utilizaram o dispositivo durante 10 dias, segundo um comunicado do Escritório de Imprensa do governo de Israel. Além disso, foram obtidos bons resultados em um teste no hospital King's College de Londres e atualmente estão sendo realizados novos estudos em hospitais de Israel, Alemanha e Itália.
Por enquanto, os desenvolvedores projetam para 2022 o lançamento do dispositivo, que está em vias de obter as aprovações necessárias para ser comercializado nos Estados Unidos e na Europa. Inicialmente, o dispositivo será utilizado por médicos, pediatras e psicólogos, mas a previsão é de que mais adiante os pais supervisionem seu uso em casa.
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