A vida chega com desafios, e todos nós tentamos caminhar acima das ondas. Enquanto isso, lutamos, pois nos sentimos vítimas das circunstâncias que nos rodeiam. Trabalhamos com esperanças de ver um retorno. A questão é que, com frequência, nossos esforços não encontram sucesso. A percepção de que nem sempre podemos garantir um resultado suave para nós mesmos pode nos deixar trêmulos e vulneráveis. Ninguém deseja ter a sensação de ser uma vítima do que nos cerca – é uma sensação inquietante. As pessoas trabalham a vida toda para tentar ganhar este controle ilusório. Elas esperam que com tempo e esforço suficientes, começarão a ver o sucesso. Esperam que irão ter firmeza, e que isso lhes trará, no decorrer do tempo, dinheiro, e esforços, e até a maneira como os outros irão se comportar e reagir com elas.

Mas isso é possível? É a maneira de adquirir verdadeira estabilidade, trabalhar para controlar a si mesmo e ao que está à sua volta? Ou talvez haja alguma maneira mais saudável e mais eficaz para lidar com nossa necessidade humanística de sermos os gerentes de nossa vida?

O Sr. Fisher tem um trabalho confiável numa empresa de sucesso. Seu pagamento nunca foi tão alto, porém, e assim com frequência, ele e sua família precisam lutar para pagar as contas. No início deste ano, o Sr. Fisher tomou uma forte decisão. Este ano seria diferente. Ao contrário do passado, ele iria agora pagar todas as suas despesas cuidadosamente. Segundo os seus cálculos, sua família ficaria bem.

Porém para seu desapontamento, o Sr. Fisher se encontrou novamente em débito. Este ano, foi porque ele deve faltar ao trabalho e pagar contas médicas extras para um súbito problema recorrente na sua perna, após 15 anos de tranquilidade. Agora ele está preso a uma cadeira de rodas em casa, faltando ao trabalho, e somando as dívidas.

A filha mais velha de Baila recebeu o nome da avó. Segurando-a quando bebê, há dez anos, ela imaginou todas as coisas que poderia ensinar à sua filha. Em vez disso, sua filha Kayla é taciturna e não deseja participar em nada.

A família Weiss se senta nervosamente ao lado da cama de seu pai. A condição do Sr. Weiss é crítica, e a família está desabando com tanta preocupação. Toda a intervenção médica não tem ajudado, mas, que D'us tenha misericórdia, o prejudicou ainda mais. Agora a família nada pode fazer além de sentar e esperar.

O Trabalho Que Isso Traz

Depois de todas as vezes mal sucedidas, o que resta?

Há aqueles que vão perder a confiança em si mesmos, e deixar de trabalhar tanto. Outros teimosamente vão continuar, insistindo em dizer que não tentaram o suficiente. Eles estão convencidos que talvez se tivessem trabalhado mais, teriam sido bem sucedidos. E portanto trabalham ainda mais. Quando veem que não há mais opções, entram em histeria, e freneticamente pensam por que é que todos os seus esforços não levaram a lugar nenhum.

Talvez haja alguma maneira mais saudável e mais eficaz para lidar com nossa necessidade humanística de sermos os gerentes de nossa vida?

Ambas as reações não levam a nada de bom. As duas vêm de uma crença prejudicial; pensar que alguém tem um poder que na verdade não tem. Esse tipo de empoderamento falso pode ajudar somente por algum tempo. Por mais que alguém possa sentir-se poderoso, haverá vezes em que suas soluções mais geniais encontrarão o fracasso. Se alguém confia no poder que tem, acabará ficando desapontado, porque quem poderia controlar aquilo que a vida atira ao seu caminho?

O dinheiro do Sr. Fisher não está vindo para ele tanto quanto deseja. Baila trabalha incansavelmente para ajudar sua filha. Toda a equipe médica do Sr. Weiss trabalha muito para curar o homem frágil, e sua saúde apenas piora. Chega uma nova percepção… não há nada que eles possam fazer, porque eles têm controle zero.

Uma Questão de Confiança

O resultado é que ninguém pode confiar em si mesmo, porque estamos todos sentados com as mãos atadas. Não somente não temos controle daquilo que os outros fazem, mas até nossas próprias ações não podem ter sucesso garantido. Não podemos confiar em nós mesmos para abrigo, segurança, saúde ou sustento. Nem podemos confiar em nossos pais, cônjuge, filhos, ou amigos. Tanto eles como você não estão no controle, porque na verdade, nossas ações não conseguem nada.1

Este pensamento pode nos intimidar. Admitir nossa falta de controle nos faz sentir vulneráveis. Todos nós queremos sentir que podemos cuidar de nós mesmos. De outra forma como iríamos sobreviver? Mas pensar que estamos no controle é inútil. Antes de discutirmos o que irá nos ajudar e nossa luta pelo controle, precisamos saber que não temos poder. Deve ficar claro para nós que não podemos confiar nos outros, e não podemos confiar em nós mesmos.2

Aonde isso nos leva?

Saber que não é apenas D'us que está no controle. “As pessoas não estão precisando de sustento; elas estão precisando de confiança.”3

Apenas faz sentido que erramos quando tentamos fazer as coisas por nós mesmos. Se queremos a bênção de D'us, precisamos confiar somente Nele. Isso exige que tenhamos controle. Precisamos dar um passo para trás, e entender que não temos nenhum controle sobre o futuro. Somente D'us tem.

É tarde da noite, e o Sr. Fisher está sentado olhando suas contas. Ele vê que sua cuidadosa contabilidade não vai ajudá-lo. Está devendo, sem nenhuma solução à vista. Porém ele está calmo, porque sabe que D'us, que é o Criador, e portanto está acima dos números, está cuidando da situação. Ele se esquece das estatísticas, e confia somente em D'us para aliviá-lo dos seus fardos.

Há aqueles que vão perder a confiança em si mesmos, e deixar de trabalhar tanto. Outros teimosamente vão continuar, insistindo em dizer que não tentaram o suficiente... Quando veem que não há mais opções, entram em histeria, e freneticamente pensam por que é que todos os seus esforços não levaram a lugar nenhum.

Todos os métodos nos livros de Baila falharam, e seus professores sugerem tirar Kayla da escola, mas Baila não se desespera. Ela sabe que não estava e não está no controle de sua filha, e quando D'us vê isso encontra um tempo apropriado quando mostrará a ela o caminho para chegar a Kayla.

A família Weiss se reúne ao lado da cama do pai, com esperança. Não esperança com os médicos, mas esperança em D'us, que está no controle da situação o tempo todo, e é completamente capaz de mudar a situação. Podem não existir soluções viáveis para este problema, mas eles confiam em D'us, e sabem que Sua ajuda virá logo. Então eles esperam, certos por saber que é apenas D'us que está no controle.

Conhecimento de um Poder Mais Alto

Apenas D'us? Isso é algo pequeno?

É ser forçado a depender somente de D'us para nos deixar temerosos em nossa dependência? Não! D'us é a fonte do bem, e naturalmente irá lançar somente o bem sobre nós.4 Deixar D'us no controle é o maior conforto possível. Nossos planos são tolos de qualquer forma. Quantas vezes fazemos planos que falham completamente?

Não confie neles, porque eles não mantêm você a salvo.5 Quando reconhecemos que o Mestre do mundo está no controle, e não alguém mais, estamos em boas mãos. Se alguém confia em si mesmo,6 está por si mesmo. Mas se confia em D'us, pode ter certeza de que D'us vai cuidar. D'us entra em sua vida onde quer que você permita. Quanto mais alguém confia Nele; não em seu trabalho, seu cérebro, vontade, talento ou brilho; mais encontrará sucesso.7

Quando uma pessoa de pouco nível está tentando subir a escada, deseja uma pessoa importante ao seu lado, que lhe faça bem ou escrevendo para ele uma carta de recomendação. Ter D'us sempre ao seu lado não é apenas como uma carta. É ir diretamente ao Chefe. É abrir mão do controle, para que o D'us do mundo possa fazer por você aquilo que é melhor feito por Ele.

“Com esse novo pensamento,” diz Baila, “de repente me sinto muito mais calma sobre minha Kayla, Sei que D'us está no controle, e que Ele me ajudará a ajudá-la.”

Sentir Confiança

A chave para liberar estresse e ansiedade é sair de qualquer ilusão de poder que a pessoa possa sentir. No lugar disso, ouça aquilo que D'us pede a você. Ele diz: Confie em mim! Tenha fé absoluta em Meu poder e deixe-Me tomar conta de você!

Perceber como somos totalmente impotentes nos torna humildes, e livres para depender de D'us; livres para confiar Nele para abençoar cada esforço nosso. Pois quando Ele sabe que estamos confiando Nele, não nos desaponta. Uma mãe sempre estará ali para salvar seu bebê, e é por isso que a criança fará coisas arriscadas, como saltar de uma cadeira. Ela está certa de que sua mãe vai apanhá-la a tempo. Da mesma forma, a mãe sabe que seu filho depende dela para salvá-lo, e é por isso que até em situações difíceis, ela o apanha. Da mesma forma, D'us sempre estará ali para nós, e devemos depender somente Dele.

Yossef, um judeu pobre e trabalhador, sempre comprava peixe para honrar o dia do Shabat. Este dinheiro sempre era às custas de outra necessidade da família. Mas Yossef era um judeu humilde e temente a D'us. Ele não queria calcular se poderia arcar com as despesas extras. Apenas comprava o peixe, e deixava as contas para Aquele que está realmente encarregado.

Uma sexta-feira, quando eles abriram o peixe do Shabat para prepará-lo, viram que havia um diamante valioso em sua barriga. Quem iria esperar que a salvação viria de um lugar como aquele? Este presente era completamente inesperado. Ninguém poderia prever de onde a ajuda de D'us viria, mas pode sempre ter certeza de que virá.

Se alguém confia no poder que tem, acabará ficando desapontado, porque quem poderia controlar aquilo que a vida atira ao seu caminho?

Quando as coisas vão bem, há uma grande tentação de confiar nas próprias ações e em si mesmo, como uma fonte de estabilidade. Na psicologia, os profissionais abordam a necessidade de uma auto-estima saudável, e alegam que ela vem ao reconhecer suas habilidades.

Os Rebe de Chabad têm uma abordagem diferente. Eles dizem que a auto-estima mais saudável vem de perceber que você é um nada. Reconheça a grandeza de D'us, e sua proximidade com Ele. A percepção de que a pessoa é nada, porém D'us a ama como um filho único fortalece. Com isso em mente, a pessoa tem sucesso, e é exigido a sempre lembrar de onde ele vem.8

Quando não há esperança num sentido material, nos voltamos a D'us. Mas não precisamos esperar até aquele ponto. Mas sim, voltarmos a D'us a todo momento. Depender Dele para todo o bem, é Ele, não o seu brilho, que trará sucesso ao seu trabalho.

Ações de Humildade

Faça planos, e confie em D'us para abençoar você. Se Ele não o faz, ainda confie, porque o mesmo D'us que ajudou antes, também ajudará você agora. Tudo que é pedido é um pouco mais de confiança. Continue, porque é isso que D'us exigiu. Isso é o que vai trazê-Lo para abençoar você em tudo que faz.99

Atire fora o senso de que você tem controle, e vai subir. Livre-se de todos os itens externos, e perceba que é somente D'us que pode trazer o seu sucesso. D'us vai tomar conta, se você depender apenas Dele.10 11 É Ele que abençoa você em tudo que você faz.

Enquanto o Sr. Weiss teria parecido um farrapo, se você tivesse falado com ele alguns meses atrás, agora ele está calmo, saiu do seu conflito financeiro, bem como da sua jornada médica. Com certeza, D'us não o deixou de lado. Enquanto luta para voltar a caminhar com firmeza, com a cadeira de rodas o levando a mover-se, ele sente a providência de D'us, ajudando-o constantemente e a sua família ao longo do caminho.

Baila, mãe de Kayla, relaxa, pois percebe que D'us está no controle e tudo e que Ele deseja que ela faça o seu melhor. Ela afasta o estresse e a preocupação, e se esforça naquilo que pode e que é possível. O progresso é lento, mas já percebe como Kayla começa a se abrir com ela, e reage positivamente ao seu cuidado.

Enquanto as esperanças dos Weiss estão na equipe dedicada dos médicos que ajudam seu pai, eles não fazem progresso. Agora, num significativo aumento da percepção de D'us cuidando do seu pai, eles se acalmam, e colocam suas esperanças Nele, e buscam uma cura, com um senso de confiança totalmente em D'us. Vindo do nada, um professor que eles tinham contactado durante algum tempo, os procura com uma nova cura para ser testada. Os Weiss agarram a oportunidade, e logo, seu querido pai, o idoso Sr. Weiss, está a caminho da recuperação.

Conclusão

Os seres humanos naturalmente querem se sentir no controle da sua vida. Isso traz um senso de segurança pelo qual todos ansiamos. Porém a busca pelo controle leva à ansiedade, especialmente quando as coisas não funcionam bem. É preciso um salto de fé para perceber que não controlamos nosso futuro, nem outra pessoa – não importa quanto eles parecem controlar nosso sucesso, D’us estará sempre no controle.