Os órfãos têm um papel especial no Judaísmo. A Torá nos exorta numerosas vezes a sermos particularmente cuidadosos para tratar órfãos (e viúvas) com bondade e sensibilidade. Os sábios do Talmud estabeleceram numerosas proteções para assegurar que suas posses e melhores interesses sejam protegidos até que eles possam tomar conta por si mesmos.
Conheça 10 líderes judeus que ficaram órfãos com pouca idade e seguiram em frente para levar vidas justas e plenas que acrescentaram riqueza e beleza à vida judaica até nossos dias.
1 – Yossef, o Justo
Yossef o filho mais velho de Rachel e filho favorito de Yaacov, nasceu após anos de espera, preces e esperança. Quando Rachel faleceu pouco tempo após ter seu segundo filho, Biniamin, o vínculo especial de Yossef com seu pai se intensificou. Os meio-irmãos de Yossef se ressentiram muito com ele e o venderam como escravo. Morando no Egito, ele superou tentações (e uma ordem de prisão) para tornar-se o vice-rei do próprio faraó. Yossef é eternizado nos ensinamentos judaicos como Yossef HaTsadic “Yossef, o Justo”.
2 – As Filhas de Zelophehad
Zelophehad estava entre os judeus que deixaram o Egito mas morreu antes de chegar à Terra Prometida, deixando cinco filhas, nenhum filho. Suas filhas sábias e corajosas abordaram Moshê e pediram para receber sua porção da terra (que geralmente era dada a um filho, se ele tivesse deixado um). Moshê apresentou seu pedido a D'us, e D'us concordou com elas sobre o direito à posse da terra. Devido ao seu desejo sincero de ter uma porção da Terra Santa, elas receberam a herança do pai, e nossa tradição tornou-se ainda mais rica.
3 – Evyatar o Sacerdote
Quando criança, Evyatar (conhecido em inglês como Abiathar) sobreviveu ao vingativo massacre feito pelo Rei Shaul a Nob, a cidade dos sacerdotes onde homens, mulheres e até crianças foram todos executados. Evyatar tornou-se um membro fiel da comitiva de David, e durante a rebelião de Abshalom ele fez parte de uma vital operação de espionagem que mudou os planos dos rebeldes e livrou David do movimento inimigo. Durante o reinado de David, ele atuou como Sumo Sacerdote.
4 – Rei Josiá
Josiá (ou Yoshiyahu) herdou o trono de Yehuda aos oito anos de idade, após o assassinato de seu pai, o Rei Amon. O jovem rei presidiu sobre um despertar espiritual de importância histórica. Durante a renovação do Templo Sagrado em seu reinado, o rolo de Torá escrito por Moshê foi descoberto. Isso inspirou o rei e o povo a renovar seu comprometimento com D'us e a se livrarem dos ídolos.
5 – Rainha Esther
Descendente do Rei Shaul, sem pai nem mãe, Esther foi criada pelo seu primo Mordechai, líder da comunidade judaica na Pérsia. A linda Esther foi levada ao palácio de Achashverosh para se tornar sua rainha. Ela ocultou seu judaísmo até que o perverso Haman convenceu Achashverosh a executar todos os judeus em seu reino. Com grande coragem, Esther expôs a trama de Haman, revelou sua origem judaica e, numa dramática virada dos eventos, salvou seu povo.
6 – Rabi Yochanan
Rabi Yochanan nasceu na Terra de Israel após a destruição do Segundo Templo. Seu pai faleceu antes que ele nascesse, e sua mãe morreu durante o seu nascimento, portanto Yochanan foi criado pelo avô. Quando Rabi Yehuda, o Príncipe, conheceu o promissor jovem órfão, ele o recrutou para sua yeshivá, onde ficou grandemente impressionado pela maneira de falar refinada de Yochanan.
Rabi Yochanan, que levou uma vida longa e frutífera como professor de Torá e líder dos judeus na Terra Santa, foi levado a declarar que era grato a D'us por ter feito dele um órfão: como nunca havia interagido com seus pais, ele poderia estar certo de que nunca os tinha tratado com desrespeito.
7 – Abaye
Abaye, também nasceu como um órfão duplo. Foi adotado pela sua tia e seu tio, Rabá Bar Nachmeni e sua esposa, com quem ele aparenta ter sido muito próximo. Ele cita remédios Sábios e adágios no Talmud como coisas que ele ouviu de sua “Mãe”. O próprio nome Abaye – aparentemente não o nome que ele recebeu ao nascer – é um reflexo da sua orfandade. É um acrônimo para a palavra do profeta Hoshea: (“pois em Você o órfão recebe misericórdia”)1. Como Rosh Yeshivá, diretor da yeshivá, em Pumpeditá, seus ensinamentos são encontrados (com frequência junto com aqueles de seu colega, Ravá) no decorrer do Talmud Babilônico.
8 – O Sagrado Ari
Rabi Isaac Halevi Luria foi um dos mais influentes eruditos da Cabala de todos os tempos. Conhecido como o Ari (“leão”), ele liderou os legendários cabalistas de Safed no Século 16. Ficou órfão de pai ainda pequeno e foi adotado pelo seu tio materno, o abastado e instruído Mordechai Frances de Cairo.
Apesar de viver apenas 38 anos, o Ari deixou uma marca indelével sobre o povo judeu, abrindo as fontes da Cabala numa maneira sem precedentes.
9 – Rabi Yisrael Baal Shem Tov
Aos cinco anos de idade, Yisrael ficou órfão de pai e mãe, Eliezer e Sara. Antes de morrer, Eliezer chamou seu filho ao pé da cama e deu-lhe o seguinte conselho: “Não tema ninguém exceto a D'us. Ame todo judeu com todo seu coração e alma, não importa quem ele seja”.
Essas duas diretivas serviriam como a base para o serviço de Yisrael a D'us e seus futuros ensinamentos. Um erudito e místico que apaixonadamente ama todas as criações de D'us.
Rabi Yisrael Baal Shem Tov criou um novo caminho de serviço Divino, conhecido como Chassidismo. Sua influência sobre a vida judaica é sentida fortemente até hoje.
10 – O Tsemach Tsedek
O jovem Menachem Mendel era neto do fundador de Chabad, Rabi Shneur Zalman de Liadi. Seus pais eram Rabi Shalom Shachna e a Rebetsin Devora Lea. Sentindo que um decreto Divino ameaçava o futuro do movimento chassídico, Rebetsin Devora Lea pediu a D'us para em vez disso tirar sua vida, absorvendo o cruel decreto sobre ela mesma. Seu desejo foi cumprido, e seu filho, que tinha apenas completado três anos, cresceu sobre os joelhos de seu ilustre avô.
Sob a sua liderança, o Chabad na Rússia atingiu seu ponto mais alto, tanto em termos de números de adeptos, como no âmbito de sua influência. Um prolífico escritor de ensinamentos místicos bem como uma reverenciada autoridade haláchica, Rabi Menachem Mendel de Lubavitch, conhecido como Tsemach Tsedek, foi um líder perspicaz e firme do Judaísmo no Século 19. Entre seus vários empreendimentos, estavam os esforços em prol dos Cantonistas Judeus, que foram raptados e induzidos à força ao exército do Czar durante 25 anos.
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