A França jamais voltará a ser exuberante e bela como foi construída ao longo da história e de tradições, caso não acorde e tome sérias providências. Hoje encontra-se desfigurada em cenários de violência em suas ruas, praças, escolas, lares, sinagogas, cemitérios e repartições. O governo francês registrou 541 acidentes antissemitas ocorridos em 2018, um aumento de 74% em relação aos 311 ocorridos em 2017.
A palavra "Juden!" pintada de amarelo na janela da padaria Bagelstein, no 4º distrito de Paris é apenas mais uma entre incontáveis pichações espalhadas retratando o antissemitismo que toma conta. Uma nova experiência ao estilo Kristallnacht?
Ao ver vitrines e casas de judeus manchadas com suásticas, 90 lápides profanadas em cemitério judaico recentemente, sem contar com dezenas de outras derrubadas anteriormente em outros locais, nos faz refletir: em que mundo estamos vivendo?
Não, não estamos relatando um dos períodos mais negros da história da humanidade ocorrido apenas há 70 anos, ou de alguma cena isolada promovida por neonazistas fanáticos... estamos assistindo com nossos próprios olhos e sentindo na pele o levante das cinzas do velho antissemitismo que renasce no coração de sociedades democráticas, uma Europa que se diz livre e aberta a todos, sucumbindo a seus valores e ideais.
O movimento dos coletes amarelos em Paris que começou como um protesto à política econômica, contaminou sua plataforma levando às ruas agressões e manifestações de puro ódio aos judeus. É a história se repetindo.
Registram-se cada vez mais casos de violência contra judeus e instituições judaicas na capital e, subúrbios franceses. Não respeitam mais nem propriedades privadas! Os franceses tão orgulhosos de sua bandeira, sua história, seu povo e seu país deveriam ficar mais atentos àqueles que chegam e se infiltram em sua sociedade. Àqueles que jamais se integrarão, morando nela impondo seus pensamentos e modo de agir. Desfiguram o lema: Liberté, Égalité, Fraternité...
Judeus há muito tempo não podem caminhar tranquilos portando kipá identificando-se como judeus. Jornalistas da imprensa judaica são barrados em eventos proibindo seu acesso para cobertura; uma verdadeira afronta a qualquer sociedade democrática que tem o dever de garantir direitos a todos os seus cidadãos.
Já basta!
Os judeus são os culpados, os eternos bodes expiatórios. Então o antissemitismo aflora e se espalha como uma praga, uma epidemia, um câncer sem cura.
O grande problema para os judeus franceses hoje é que eles sentem o ódio por todos os lados. A extrema direita está mostrando seu ódio porque eles dizem que Macron foi um fantoche dos banqueiros judeus desde quando trabalhava para o Banco Rothschild. A esquerda e parte dos muçulmanos odeiam os judeus por causa da falsa causa chamada “palestina”. Aquela identidade foi criada nos anos 60 com o único propósito de destruir Israel, o estado judeu, e assassinar judeus. Devido a tudo isso, somado aos protestos dos coletes amarelos com toda a violência, a França não é mais segura.
Há negação do Holocausto e as redes sociais estão infestadas de propaganda anti-Israel, leia-se, antissemitas. Nos 28 países europeus nove em cada dez judeus estimam que o antissemitismo avançou em seus países nos últimos cinco anos.
Muitos parisienses manifestaram no Twitter seu horror, indignação e solidariedade e o governo agora tenta reagir com mais vigor. "Um rótulo antissemita no coração de Paris. É demais! "Juden" em letras amarelas, como se as lições mais trágicas da história tivessem sido apagadas de nossas consciências. Nossa resposta é fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para condenar o autor desta ignomínia. Não devemos permitir que este ato permaneça impune". Tuitou o ministro do Interior da França, Christophe Castaner, O porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, referiu-se ao vandalismo de "antissemitismo sujo nas ruas da cidade luz".
O Primeiro Ministro de Israel Bibi Netaniahu pediu aos líderes da França e da Europa que se levantem contra o antissemitismo, não apenas com palavras. Aqueles que não têm medo de ferir e matar não temem discursos.
Para os judeus que já estão cansados do perigo que ameaça suas vidas, seu bem estar e paz, já tomaram a decisão. Não querem ver seus filhos crescerem neste caos descontrolado que desfila pelas ruas de Paris. Não vão esperar para ver como irá ficar. Cresce cada vez mais o contingente de judeus franceses partindo.
A França que foi berço de incontáveis mestres rabínicos, filósofos, consagrados intelectuais, deve grande parte de seu crescimento e prosperidade justamente ao empenho dos judeus que se dedicaram e se dedicam à pátria. Muitos deles hoje a caminho de Israel. Um novo lar que recebe e acolhe. Um minúsculo país que por séculos ilumina e inspira as nações.
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