23 de dezembro 2018

Simcha Rotem - o último sobrevivente da Revolta do Gueto de Varsóvia de 1943 - morreu em Jerusalém no sábado aos 94 anos.

Rotem, também conhecido por seu apelido Kazik, era o chefe dos correios da Organização Judaica de Combate (ZOB), que planejou e executou a insurreição. Após a supressão da revolta, Rotem fugiu para o campo e continuou suas atividades clandestinas contra os nazistas. Em agosto de 1944, ele participou da revolta geral de Varsóvia que foi lançada quando o Exército Vermelho Soviético se aproximou da cidade.

Após ter sobrevivido à Segunda Guerra Mundial, Rotem se mudou com sua família para o Mandato Britânico da Palestina.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou: “Kazik lutou contra os nazistas, salvou judeus, fez aliá depois do Holocausto e contou a história de seu heroísmo a milhares de israelenses. Sua história e a história da revolta estarão para sempre com nosso povo.”

O presidente israelense, Reuven Rivlin, comentou sobre Rotem: “Quando perguntado sobre a mensagem que gostaria de transmitir aos jovens israelenses, ele respondeu: 'Ser um ser humano. Somos animais em duas pernas. Não mais do que isso - é o que eu penso, é o que sinto. Mas entre nós animais – os de duas pernas – há alguns que também são seres humanos e que merecem o nome.’ ” Obrigado por tudo, Kazik continuou Rivlin. "Prometemos tentar, todos os dias, valorizar o nome: ‘ser humano’".

O ministro da Educação de Israel, Naftali Bennett, disse que os estudantes receberão aulas sobre a vida de Rotem na segunda-feira. “Eu instruí o diretor-geral do Ministério da Educação a realizar um dia memorial em sua honra amanhã, então nos lembraremos que nos dias sombrios do Holocausto houve também grande heroísmo, graças ao qual nos levantamos da Shoá para renascimento”, afirmou Bennett.

O presidente do Yad Vashem, Avner Shalev, comentou: “Esta é a perda de uma figura especial, porque 'Kazik' era um verdadeiro guerreiro no sentido pleno da palavra. Ele era um jovem lutador corajoso e habilidoso. Kazik não era uma figura política, mas um homem que lutou pela memória do Holocausto em sua forma mais pura e o fez como membro da Comissão para a Designação dos Justos Entre as Nações. Hoje, perdemos uma voz muito importante. Nosso desafio continua sendo imbuir a memória da Shoah de significado e relevância na ausência de figuras exemplares como Kazik ”.