O Rei Ptolomeu do Egito (287-47 AEC) deu uma recepção real aos 72 Sábios da Terra de Israel que ele convidara a Alexandria para traduzirem a Lei de Moshê no idioma grego.
Durante o banquete, os Sábios de Israel se sentaram a uma mesa separada, onde lhes foi servida comida casher. O festim durou sete dias, e a cada dia o Rei fazia uma pergunta a um dos Sábios.
Voltando-se ao mais idoso deles, o rei perguntou:
"O que sua Torá aconselharia que o rei fizesse para que todos os anos de seu reinado fossem pacíficos e felizes?"
O Sábio respondeu: "O rei deve governar com justiça. Deve saber que há um supremo Rei dos reis sobre todo o mundo, que reina com justiça e misericórdia, e todo rei deve ser um servo d'Ele. Assim os súditos do rei o amarão e ele reinará em paz e felicidade durante toda a sua vida."
O rei voltou-se ao Sábio seguinte para perguntar:
"Como o homem pode encontrar felicidade na vida?"
Respondeu o Sábio: "O homem deve lembrar-se que D'us sabe tudo que ele faz, vê ou pensa. Que ele seja justo e adore a D'us."
Ao terceiro Sábio, o rei perguntou:
"Como um homem conquista amigos?"
Disse o Sábio: "Que ele seja amigo dos outros, sempre tentando fazer favores sem esperar nada em troca, assim como D'us é bom com todas as Suas criaturas, sem exigir recompensa."
O rei dirigiu a seguinte pergunta ao quarto Sábio:
"O que deveria o rei fazer com aqueles que encontram falhas em suas ações?"
"O rei deve ser paciente e perdoar. Mesmo em sua ira, ele não deve ser severo no julgamento e sempre demonstrar misericórdia. Então os súditos falarão bem do rei.
Foi a vez do quinto Sábio ser questionado:
"Como o rei deve lidar com os inimigos?"
"Que ele sempre busque a paz, pois a paz é mais forte que todos os exércitos e armas" – foi a resposta.
"Os inimigos não poderão pensar que este é um sinal de fraqueza por parte do rei?" perguntou o soberano ao sexto Sábio.
"Embora esteja sempre buscando a paz, o rei não deve negligenciar seu exército. Deve estar pronto a derrotar qualquer ataque inimigo" – foi a resposta.
O rei então voltou-se para o sétimo Sábio para lhe perguntar:
"Qual é o maior tesouro deste mundo?"
O Sábio respondeu: "O conhecimento de D'us; saber que D'us é o Mestre do mundo e a Fonte de toda a vida e de todo o bem."
Então o rei perguntou ao próximo Sábio:
"Qual é o maior tesouro que podemos deixar aos nossos filhos?"
"Ensiná-los a ser humildes, amar a D'us e seguir Seus caminhos" foi a resposta.
Mais uma vez o rei dirigiu-se ao Sábio seguinte:
"O que um homem deve fazer se estiver em perigo?"
O Sábio respondeu: "Rezar a D'us e ter fé que Ele o libertará. Deve saber que não há um homem no mundo que não tenha um problema ou outro, mas que D'us ajuda a todos."
Finalmente, o rei disse: "Já fiz perguntas suficientes por hoje. Vejo que a sabedoria de D'us está em vocês, e estou muito grato por terem vindo aqui traduzir a Sagrada Torá em nosso idioma para que o restante do mundo também se beneficie da sabedoria Divina. Espero ansioso o banquete de amanhã para que eu possa continuar minhas perguntas.
No dia seguinte a festa continuou.
Mais uma vez o rei fez muitas perguntas aos Sábios, e ficou satisfeito com as respostas que obteve. E assim foi, dia após dia, até que terminou o festim de sete dias e cada um dos setenta Sábios tinha respondido a uma pergunta do rei. Quanto mais o rei conversava com eles, mais ficava impressionado pela sua grande sabedoria.
Após o banquete, o rei colocou os Sábios em aposentos separados e pediu que cada um traduzisse a Torá à sua própria maneira. Durante todo o tempo da tradução, os Sábios não podiam se ver ou falar uns com os outros.
Quando todas as traduções ficaram prontas, o rei comparou-as todas e viu que eram exatamente iguais em cada detalhe!
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