Tenho muitas crianças em casa, graças a D'us. Elas fazem bagunça e barulho. Não é que eu particularmente goste de bagunça ou barulho, mas olho para elas, e vejo este cenário como uma bênção que vem com crianças sadias, que estão crescendo. Há muitas coisas como bagunça e barulho que você aprende a se acostumar e até gostar quando se concentra em “esta é uma bênção de filhos sadios”.

Porém há uma coisa que não consigo tolerar, e me recuso: não suporto quando meus filhos brigam ou batem um no outro. Isso realmente me faz sofrer. Quando eles se dão bem, meu coração fica cheio de alegria. Penso que se eles me pedissem qualquer coisa quando brincam juntos alegremente e se tratam com respeito e bondade, eu daria para eles (se eu pudesse).

O que acaba de acontecer em nossa casa? Tivemos um bebê, uma menina. Eu sabia que não seria fácil para meu filho mais novo quando nosso bebê nascesse. Cada um dos meus filhos teve de se ajustar à transição de ser o bebê para tornar-se “o irmão maior.” Tentamos assegurar que ele, junto com os irmãos, continue a receber a mesma quantidade, ou até mais, de atenção e carinho como antes. Ensinamos aos nossos filhos que cada criança é um presente de D'us, acrescentando amor e bênçãos ao nosso lar; elas não diminuem isso.

Dessa vez, meu filho mais novo expressou sua dificuldade com a situação como nenhum tinha feito antes. Ele começou a bater no bebê. Não é que eu fiquei chocada pelo seu comportamento. Afinal, ele tinha sido o bebê durante quase três anos, e agora alguém novo tinha chegado ao nosso lar. E na verdade, ele ainda é um bebê, Mas temos ensinado, e ele já tem idade para saber, que não batemos, especialmente num bebê recém-nascido!

Então o que eu faço?

Sempre que ele é gentil com ela, eu o recompenso com elogio e atenção. Quando ele vem para bater na bebê, eu a pego e me afasto dele, dizendo: “Não posso ficar perto se você bater no bebê. Mamãe não deixa ninguém bater.”

Acredite ou não, isso era mais doloroso para ele que qualquer olhar severo ou punição. Quando eu me afasto, ele chora e desiste de seu mau comportamento.

Eu totalmente adoro meu filho. Quando me afasto dele, não é por não gostar ou por ira – é exatamente o oposto. Afasto-me dele por amor. Eu me afasto, mas estou bem ali no aposento ao lado, esperando de braços abertos para lhe dar um grande abraço e beijá-lo quando ele chega até mim com remorso e a compreensão de que não irei permitir que ele bata.

Essa pequena história verdadeira é na verdade uma parábola para o quadro maior, global. Temos um Pai, e Ele nos ama e nos adora. Ele deseja nos dar e nos cobrir de bênçãos e bondade. Mas Ele pede algo em retorno, e isso é em nosso próprio benefício, sermos bons e respeitarmos uns aos outros. Ele deseja que “nos demos bem”, para termos paz uns com os outros.

“O Eterno Bendito Seja, Ele não encontrou vaso maior para transmitir bênção ao povo judeu do que a paz.” (Uktzin 3:12).

D'us, Ele está sempre conosco, mas quando o Templo sagrado estava de pé, era como se Sua presença estivesse bem ali, na mesma sala. Nós O sentíamos tão perto; era tão tangível. Então nós, Israel, começamos a ser maldosos e a ofender um ao outro.

O que Ele fez? Ele “levantou”, e se afastou de nós, mais e mais distante. O Templo foi destruído. Sua Presença revelada foi oculta. Quase 2.000 anos depois, o Templo ainda tem de ser reconstruído. Choramos e sentimos essa perda em nossas vidas porque erradamente sentimos como se D'us não pudesse sequer estar aqui. Mas Ele está! Apenas está esperando que sintamos remorso – para aprender que a chave para receber atenção está em tratar ao próximo com amor e respeito. Sermos bons uns com os outros.

Ele está esperando de braços abertos para nos abraçar e beijar, e mais uma vez revelar Sua Presença para nós.