Quando o Segundo Templo estava para ser reconstruído, chegou um chamado ao povo judeu: “Todo aquele que deseja participar na sagrada obra da construção do Templo que se apresente agora!”

Imediatamente houve uma grande resposta de todas as partes da terra, todos clamando para poderem contribuir com sua parte na reconstrução do Templo Sagrado. Os sábios pediram permissão para cuidar da construção da ala sul, que ficava no lado direito do edifício, indicando que pessoas sábias sempre mostravam sua sabededoria e entendimento voltando-se para a direita.

Os sacerdotes e líderes espirituais da comunidade assumiram a construção da ala norte, onde seria erigida a mesa do sagrado pão da proposição, do qual eles iriam se beneficiar.

A classe dos ricos e homens de poder na comunidade ordenaram que seus servos e empregados construíssem o lado leste, pois eles sempre procuravam um lugar no “lado leste”, onde o sol nascia; ali eles poderiam proclamar sua gratidão pelas bênçãos abundantes que D’us fazia chover sobre eles. Como eles próprios não fizeram o trabalho mas encarregaram seus empregados, estes fizeram a obra sem colocar o coração nela, e o resultado ficou longe de ser um sucesso; o lado leste ficou inseguro e fraco.

Então vieram as massas dos pobres e, vendo que somente restava a parede oeste para ser construída, puseram mãos à obra para dar sua contribuicão à sagrada tarefa de construir o Templo. Estavam gratos por qualquer parte ativa que recebessem, e não perderam tempo em trabalhar com afinco. Dividiram alegremente o trabalho entre eles, e o ar ficou repleto com o canto alegre com o qual eles acompanhavam o trabalho.

Dispostos mas com humildade, estes pobres homens, com suas esposas e famílias, colocaram pedra após pedra até que a parede oeste inteira estivesse ali, firme, ereta, perfeita. Ao ver aquela “obra de amor” completada, todos eles irromperam numa canção espontânea de orgulho, vinda de corações alegres e sinceros, e os ecos chegaram até os céus.

Anos depois, quando os judeus perderam seu país e independência, e seu Templo Sagrado foi destruído pelos inimigos, a sagrada estrutura foi incendiada e reduzida a cinzas. Mas quando a fumaça clareou, viu-se que apenas o muro ocidental tinha resistido à destruição, um tributo silencioso às massas pobres, que tinham colocado coração e alma para transformar em sucesso a construção de sua parede. Ele é o lugar mais sagrado de Israel. E há muitos motivos para isso.

Olho do Universo

Jerusalém é o local da "pedra fundamental" com a qual D’us iniciou a Criação do Universo. É também o lugar onde Adam foi criado, onde Caim e Abel viveram e construíram um altar para D’us, e onde ocorreu o episódio do sacrifício de Yitschac, quando Avraham atou seu filho sobre o altar. A Torá (Devarim 12:11) refere-se a Jerusalém como "o lugar onde o Senhor teu D’us escolherá para a Sua moradia." Nachmânides explica que D’us desejou um lugar onde a revelação do Monte Sinai seria uma experiência contínua, diária. O local para esta experiência era o Templo.

Destruição e Renascimento

Durante milhares de anos de exílio e dispersão do povo judeu, muitas guerras têm sido travadas por Jerusalém. No total, a cidade tem sido destruída e reconstruída nada menos que nove vezes – com cada conquistador por sua vez tentando obscurecer o glorioso passado judaico.

Após a Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações (precursora das Nações Unidas) concedeu à Grã-Bretanha um mandato para administrar a Palestina.
Depois que os Britânicos deixaram o país e o Estado Judeu de Israel foi proclamado (14 de maio de 1948), os exércitos árabes do Egito, Síria, Iraque e Transjordânia invadiram Israel. Três destes exércitos cercaram Jerusalém, bombardearam a cidade e tentaram capturá-la.

Um dia de triunfo e lágrimas – 7 de junho de 1967

Às 10h20m do dia 7 de junho de 1067, o terceiro dia da Guerra dos Seis Dias, Raphael Amir dos Serviços de Radiodifusão de Israel anunciou: "Neste momento, estamos passando pelo Portão do Leão de jipe, com o Chefe do estado Maior e o Comandante do Comando Central. Estou agora nas sombras do portão. Estamos novamente ao sol, na rua. Estamos dentro da Cidade Velha. Os soldados estão postados ao pé das muralhas." Ao fundo, podia-se ouvir os sons de tiros e soldados gritando: "Para o Muro! Para o Muro!"

Para Sempre sagrada

Jerusalém foi reunificada. Judeus em todo o mundo ficaram maravilhados pela natureza da vitória de Israel, contra todas as probabilidades. Muitos assistiram ao retorno à Cidade Velha e ao Muro Ocidental como um acontecimento de grandes milagres, acima da lógica.

Todas as preces, vindas de todas as partes do mundo, chegam até o Muro de onde se elevam até o Céu. Por milhares de anos, três vezes ao dia, os judeus dirigem suas preces voltados para Jerusalém.

O Cotel que permaneceu intacto representa a indestrutibilidade do povo judeu. Ele é símbolo do Templo e também do potencial de renovação e redenção. O Terceiro Templo será reconstruído e toda a terra reconhecerá uma nova era, com a chegada de Mashiach, que seja imediatamente!