Halachá Diária, por Kolel Rio
Vamos estudar algumas halachot muito importantes sobre a Aliá Latorá (“subida na Torá”), ou seja, ser chamado à Bimá (púlpito) para fazer as bênçãos da leitura da Torá, enquanto acompanha a leitura.
O Shulchan Aruch orienta que a pessoa que foi chamada à Torá (Olê Latorá) deve escolher o caminho mais curto para ir do seu lugar na sinagoga até a Bimá. Se houver dois caminhos com igual distância, deve-se optar pelo que fica à direita.
Quando subir à Torá, a pessoa deve fazê-lo de forma ágil e rápida, sem interrupções, para demonstrar seu anseio em abençoar e ler a Torá. Por outro lado, quando terminar sua Aliá, deve retornar ao seu lugar somente depois que o próximo Olê terminar sua Aliá e o próximo depois dele for chamado, para demonstrar o quanto lhe é custoso deixar o Sêfer Torá.
Parte 2
Quando o Olê Latorá (quem foi chamado à Torá) chegar à Bimá (púlpito), deve abrir o Sêfer Torá (rolo de pergaminho da Torá); em seguida, o Baal Corê (ledor) deve lhe mostrar o versículo a partir do qual vai iniciar a leitura daquela seção, para que o Olê saiba pelo que ele recita a sua Berachá (bênção). O Olê deve beijar o local indicado com a ponta de seu Talit (xale litúrgico) sem encostar nas letras, para não danificá-las, raspando ou apagando-as sem querer.
Na hora da recitação da Berachá, deve-se ficar de pé em frente e segurando o Sêfer Torá pelas hastes de madeira (ashkenazim) ou pelas paredes da caixa (sefaradim), à direita do Baal Corê, curvando-se um pouco para demonstrar respeito ao Sêfer e temor a D’us.
Parte 3
Antes de recitar a Berachá (bênção), o Olê Latorá (aquele que foi chamado à Torá) deve fechar o Sêfer Torá (Rolo da Torá) e abençoar, segurando-o fechado. Quem costuma deixar o Sêfer aberto no momento de abençoar deve fazê-lo de olhos fechados. A Berachá deve ser proferida em voz alta para que os demais possam responder Amen ao final de sua bênção. É preciso que pelo menos dez homens entre os presentes ouçam a Berachá e respondam Amen.
Há quem costume levantar um pouco o Sêfer ao pronunciar os trechos “Venatan Lanu Et Toratô” (“e nos deu a Sua Torá”) e “Asher Natan Lanu Torat Emet” (ashkenazim – “Que nos deu a Torá verdadeira”) ou “Asher Natan Lanu et Toratô Torat Emet” (sefaradim – “Que nos deu a Sua Torá, Torá verdadeira”), para demonstrar que refere-se ao rolo, ou seja, que este Sêfer é um exemplar da verdadeira Torá.
Parte 4
O Olê Latorá (aquele que é chamado à Torá) deve ler em voz baixa o trecho para o qual foi chamado junto com o Baal Corê (ledor), para que sua Berachá (bênção) não tenha sido em vão, pois ela se refere à sua leitura.
Nem o Olê Latorá nem o Baal Corê devem se apoiar sobre a Bimá (púlpito) enquanto está ocorrendo a leitura da Torá. A não ser que seja uma pessoa idosa, ou doente, ou ainda que não enxergue bem o trecho a ser lido.
Não é obrigatório cobrir o Sêfer Torá (Rolo da Torá) no intervalo entre um Olê e o seguinte, a não ser que haja uma interrupção grande, por exemplo, caso o Gabai (Bedel) se alongue nas bênçãos ao Olê e seus familiares, ou na oração para os enfermos. No fim da leitura, porém, quando o Baal Coré recitar o Cadish, deve-se cobri-lo.
Parte 5
É uma proibição grave sair da sinagoga durante a Leitura da Torá, do início ao fim da leitura, incluindo o momento em que se fecha e cobre o Sêfer Torá (Rolo da Torá) para guardá-lo. Na Halachá consta que aquele que não cuida desta halachá é considerado como se desprezasse a honra da Torá e que o castigo por esta postura é severo.
Quem precisa sair por algum compromisso importante ou por motivo de perda significativa (financeira ou de outra espécie) pode sair, mas deve fazê-lo entre duas Aliot (“subidas à Torá”), ou seja, enquanto um Olê Latorá (aquele que é chamado à Torá) está subindo à Bimá (púlpito) e o Sêfer está fechado. Esta é a forma menos desrespeitosa, na medida do possível, de sair da sinagoga durante a leitura da Torá. Não se deve, portanto, jamais, sair da sinagoga durante a leitura propriamente dita ou no momento das Berachot (bênçãos), enquanto o Sêfer estiver aberto.
Parte 6
Não há obrigação de ficar de pé durante a Leitura da Torá, e assim foi determinado na Halachá, diga-se no Shulchan Aruch, ou seja, o público está isento deste procedimento. Há, no entanto, quem costume fazê-lo em lembrança à revelação do Monte Sinai, durante a qual todos ficaram de pé.
Desde o momento em que o Sêfer Torá (Rolo de Torá) foi aberto para iniciar a leitura, é proibido conversar, mesmo sobre assuntos de Torá e de Halachá. Há Poskim (rabinos legisladores) que permitem o estudo da Torá entre duas Aliot (“subidas à Torá”), ou seja, enquanto um Olê Latorá (aquele que é chamado à Torá) está sendo chamado para subir à Bimá (púlpito) e o Sêfer está fechado. Conversas, mesmo nestes momentos, devem ser evitadas para que não se prolonguem e adentrem a leitura.
Faça um Comentário