O aron kodesh (“arca sagrada”), onde os rolos da Torá são mantidos, está situado na frente da sinagoga. Na tradição sefardita, é conhecido como heichal (“câmara”). A arca é o lugar mais sagrado da sinagoga.
A arca é aberta apenas durante as orações especiais e ao remover a Torá para ler durante os serviços das preces. É costume (mas não obrigatório) ficar de pé quando a arca é aberta.
Por abrigar itens sagrados, a própria arca é considerada sagrada. Assim, uma arca não pode ser modificada para usos não sagrados ou descartada de maneira desrespeitosa.
Arquitetura da Arca
Além de suas portas, a arca costuma ser fechada por uma cortina ornamentada chamada parochet. É uma reminiscência da cortina que protegia a arca de ouro que estava no Templo Sagrado em Jerusalém. Conforme está escrito: "Ele trouxe a arca para o Tabernáculo e colocou a cortina divisória de proteção de modo que ela formasse uma cobertura protetora diante da arca."
Nas sinagogas que ficam a oeste de Jerusalém, a arca fica na parede oriental, de modo que, quando encaramos a arca, estamos de frente para a cidade sagrada de Jerusalém, onde ficava o Templo Sagrado.
Tradicionalmente, as arcas foram construídas na parede leste da sinagoga. No entanto, arcas independentes também são comuns, especialmente nos centros Chabad, onde o santuário também pode funcionar como uma sala comunitária para todos os fins.
Embora a arca possa ser feita de qualquer material, o mais comum é madeira.
Frequentemente, a arca tem suportes embutidos para que os rolos da Torá possam ser apoiados em uma posição quase vertical.
Escrevendo na Arca
O aron kodesh e/ou as parochet são frequentemente adornados com palavras da escritura ou dos sábios que refletem a santidade da sinagoga ou com passagem da Torá guardada nele.
Uma frase comum usada é o adágio talmúdico, "Da lifnei Mi atá omed", "Esteja ciente diante de Quem você está". Outro é um versículo dos Salmos, "Torat Hashem temimá", "Os ensinamentos de D'us são perfeitos."
Há muito espaço para decidir quais versos exibir, e as sinagogas podem escolher quais versos refletem seus valores ou aspirações. Também é comum que os nomes dos benfeitores ou de seus entes queridos sejam gravados ou bordados na arca ou no parochet.
Durante as Grandes festas celebradas no mês de Tishrei, a cortina da arca, as capas dos rolos da Torá e os panos que cobrem o amud e a bimá são tradicionalmente trocados por tecidos brancos. O branco representa pureza, perdão e uma lousa limpa, todos os temas centrais das Grandes Festas.
Em muitos casos, a arca sagrada exibe uma imagem das duas Tábuas que contêm os Dez Mandamentos. Outros motivos comuns incluem leões, Torá, coroas e outras alusões judaicas.
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