Roger Cukierman, presidente da organização comunitária judaica francesa CRIF, descreveu os ataques terroristas como “um horrível ataque à democracia francesa”, alertando que a sensação de insegurança entre os judeus franceses aumentará em resultado disso.
Corine Rey, uma cartunista da Charlie Hebdo, disse que foi forçada, sob a mira de um revólver, a levar os assaltantes armados com rifles Kalashnikov e uma granada até o edifício da revista. Rey disse que os terroristas falavam “um francês perfeito” e se identificaram como Al Qaeda.
Esta é uma luta que os islâmicos estão fazendo em todo o mundo - da Síria ao Iraque, de Mali a Gaza, e agora em Paris,” disse Cukierman ao Algemeiner por telefone de Paris. “Os Islâmicos querem impor a lei shari’a ao resto do mundo. Temos de entender que esta é uma questão de vida ou morte para as democracias ocidentais.”
Cukierman afirmou que os judeus franceses já estavam ansiosos sobre a própria segurança antes dos ataques. Falando logo após os assassinatos, o presidente francês François Hollande disse que todos os potenciais alvos de terroristas na França foram colocados sob proteção máxima, acrescentando que diversos possíveis incidentes foram evitados nas últimas semanas.
A preocupação judaica com a segurança foi refletida, disse Cukierman, pelo “aumento substancial de aliyah [para Israel] em 2014.” Cerca de 6.000 judeus emigraram para Israel no último ano, e Cukierman disse que “a expectativa geral é que a aliyah irá continuar em números altos.”
“Paris hoje, como Nova York e Jerusalém, foi vítima de atos de barbarismo,” disse o ativista francês-israelense e proeminente artista Ron Agam ao Algemeiner. “Estamos sob ataque de uma ideologia fanática e impiedosa.”
Michel Gurfinkel, analista político francês que tem publicado muitos artigos sobre o tema do antissemitismo na França, disse que a questão agora para os judeus franceses era simples. “O povo francês entenderá que não há diferença entre ataques à sociedade ocidental e ataques a judeus, nenhuma diferença entre ataques na França e ataques em Israel?” disse Gurfinkel ao Algemeiner. “Agora é a hora da verdade para o governo, para a classe política francesa, para os muçulmanos franceses, e para a sociedade francesa em geral,” continuou Gurfinkel. “Apenas amanhã ou depois de amanhã saberemos se os vários jogadores passaram no teste.”
Numa entrevista ao Canal 2 de Israel, o parlamentarista judeu francês Meyer Habib disse: “Avisamos que isso aconteceria em toda a França, e para nossa tristeza aconteceu.”
Devemos lembrar que a França, como outros países civilizados da Europa, tem registrado um altíssimo índice de ataques antissemitas ao longo dos últimos anos e que tem se intensificado.
Esperamos que o mundo livre e democrático entenda que o combate ao terrorismo e ao antissemitismo não é uma questão que concerne apenas a Israel ou aos judeus, é uma questão e responsabilidade de cada país e do mundo todo: ou lemas como Liberté, Egalité, Fraternité não passarão de palavras.
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