No meio da Parashá dessa semana, Nassó, HaShem ordena a benção dos Cohanim para o povo. Toda benção depende do recipiente. A benção da chuva, por exemplo, resulta em frutos suculentos num campo preparado para isso, mas pode resultar em lama num campo que não foi arado nem semeado.
Aqui está uma história que ilustra esse ponto:
Dois mercadores foram ao Rabino Avraham Yaacov, o Rebe de Sadigura, pedir-lhe conselho e benção para ter sucesso na Feira de Trigo que acontecia naquela época do ano nos seus países. Cada um entrou na sala do Rebe separadamente e pediram a benção cada um de seu jeito.
O primeiro pediu de forma simples, se valeria a pena investir no negócio de trigo ou não.
“Não invista em negócios de trigo nesse momento,” respondeu o Rebe.
O segundo homem não se satisfez com uma pergunta simples e entrou em detalhes sobre o investimento proposto e seu provável sucesso.
“Se é do jeito que o senhor está falando,” respondeu o Rebe, “que você seja abençoado e tenha sucesso!”
Cada um dos mercadores agiu de acordo com o conselho do Rebe. O primeiro evitou se envolver no comércio de trigo, enquanto que o segundo investiu seu dinheiro na compra de trigo. No entanto, seu negócio não prosperou e perdeu todo o seu capital investido.
Posteriormente, quando o segundo individuo teve oportunidade de ver seu Rebe novamente, ele derramou sua amargura, relatando sua grande perda financeira. “Por que o Rebe não me avisou para ficar fora do comércio de trigo, como foi o caso de meu amigo?”
“Vamos tentar entender as coisas como elas aconteceram de fato,” respondeu o Rebe de Sadigora, “seu amigo veio a mim com uma questão. Ele mesmo não sabia o que era o melhor para ele, e confiava inteiramente no meu conselho, não importasse qual fosse para seguir em frente ou desistir. Já que ele esperava a minha resposta, respondi no modo em que D’us inspirou-me a responder, com a primeira noção que me passou pela cabeça. O homem fez conforme lhe disse para fazer e, em mérito de sua fé, foi salvo de um desastre financeiro.
“Por outro lado, você,” continuou o Rebe, “tentou me explicar como o negócio funciona e os lucros tremendos que você esperava receber desse investimento, etc. Sem ser um mercador, eu pesei as informações que você me passou e fui forçado a lhe aconselhar de acordo com a sua própria informação.
“Afinal de contas, se eu fosse lhe aconselhar em contradição à minha compreensão lógica do que você tinha acabado de me contar, eu estaria me definindo como um Tsadik, cujo primeiro instinto deriva de Inspiração Divina. E como uma pessoa pode se auto-definir como uma pessoa sagrada?
“É somente quando uma pessoa acredita com fé completa num Tsadic e está convencida que suas ideias tem realmente inspiração Divina, que D’us lhe ajuda em mérito de sua fé, e dá ao Tsadic a resposta correta, mesmo que ele não saiba nada do mundo dos negócios.”
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