Por Daisy T. Maltz

Faltando dois ou um mês para Pêssach todos já começaram a limpar e esvaziar suas gavetas, esfregaram suas mesas, zeraram seus papeis. Muitos aproveitam para fazer uma faxina geral em casa, no escritório, limpam o carro, esfregam, aspiram, doam e reciclam.

A casa está impecável, e o ano se renovará. O primeiro mês de nosso calendário está aí e a narrativa do Êxodo de nosso povo já está na prateleira, nas Hagadot que terão o papel principal em nossas mesas, além de toda a beleza de nossos acessórios, símbolos e a família reunida em volta; a Hagadá reinará nas duas noites quando celebraremos o sêder de Pêssach.

Mas será que não esquecemos de nada? Sem referências a cebolas, ovos e batatas… Será mesmo que está tudo pronto?

É o momento de fazer um balanço sobre a faxina, a varredura que deveria ter sido feita, com a mesma preocupação e afinco, em nossas almas. Removemos nosso chamêtz de dentro de nós? Tornamo-nos seres mais refinados, menos orgulhosos, mais sinceros, menos ambiciosos? Será que nos preocupamos em deixar de lado o supérfluo e nos empenhamos em crescer espiritualmente?

Sem esta busca constante que se intensifica em Pêssach, e que deveria nos acompanhar permanentemente, todo nosso esforço em remover a sujeira, o pó e deixar brilhando nossos utensílios não terá qualquer valor se não for acompanhado pelo lustro que podemos dar em nossa alma e na maneira como nos conduzimos em nossa vida em relação a D’us e a nosso próximo.

É esta a verdadeira e mais profunda limpeza e refinamento que podemos fazer nesta época.

Pêssach casher veSameach!