"E aprontou Yossef seu carro, e subiu ao encontro de Israel, seu pai, em Goshen; e tendo-se-lhe apresentado, atirou-se sobre seu pescoço, e chorou..." -Versículo 46:29

Mas Yaacov não abraçou Yossef e não o beijou; nossos sábios contam que ele estava lendo o Shemá. (Comentário de Rashi)

Yaccov sabia que jamais em sua vida seu amor seria despertado como neste momento, o momento da reunião com seu filho mais amado após 22 anos de angústia e perda. Por isso, preferiu utilizar este tremendo manancial de emoção para servir a seu Criador, canalizando-a para alimentar seu amor por D'us. (Dito chassídico)


Em 5652 (1892), Rabi Sholom Dovber de Lubavitch presenteou seu filho de doze anos, Yossef Yitschoc, com o manuscrito de um ma'amar (discurso de ensinamentos chassídicos) intitulado Ma Rabú Ma'asecha, dizendo: "Este é um beijo chassídico. Quando chegar a hora, explicarei."

Quatro anos depois, ele contou ao filho o seguinte incidente. O ano era 5644 (1884). Certa noite, Rabi Sholom Dovber estava estudando com Rabi Yaacov Mordechai Bezfolov. A família de Rabi Sholom vivia em dois aposentos: um servia de dormitório, o outro como estúdio de Rabi Sholom Dovber. Neste aposento ficava também o berço de seu único filho, Yossef Yitschoc, de quatro anos.

O pequeno Yossef Yitschoc era uma criança extremamente bela, com traços delicados e um rostinho radiante. Rabi Yaacov Mordechai, embevecido pela beleza da criança adormecida, comentou que a radiosidade do semblante do bebê deveria refletir uma pureza de mente interior.

Rabi Sholom Dovber sentiu um estranho impulso de beijar o filho. Mas naquele mesmo instante pensou sobre o ouro e a prata que eram usados para embelezar o Templo Sagrado em Jerusalém, transformando substâncias materiais em algo sagrado e espiritual. Decidiu dirigir seus avassaladores sentimentos amorosos a um presente mais espiritual: daria a seu filho um ma'amar em vez de um beijo. Sentou-se e escreveu: 'Ma Rabú Ma'asecha'.