Um filósofo perguntou a Rabi Gamliel: "Sua Torá lhes ordena a dar tsedacá freqüentemente, e não ter receio de comprometer sua situação financeira. Mas esse receio não é algo natural? Como alguém pode dar seu dinheiro sem se preocupar se deveria ou não poupá-lo para uma hora de necessidade?

Rabi Gamliel, então, indagou: "Se lhe pedissem um empréstimo, você o concederia?"

"Depende de quem está pedindo," respondeu o filósofo. "Se o requerente for um estranho, eu teria medo de perder meu dinheiro."

"E se o requerente apresentasse fiadores?", perguntou Rabi Gamliel.

"Bem, se eu soubesse que são confiáveis, concordaria," replicou o filósofo.

"Deixe-me perguntar-lhe", continuou Rabi Gamliel, "como você se sentiria se o requerente apresentasse o chefe do governo como fiador?"

"Certamente eu lhe emprestaria o dinheiro, sob estas circunstâncias, pois estaria completamente seguro de que meu empréstimo está garantido," declarou o filósofo.

Rabi Gamliel explicou: "Quando alguém dá tsedacá, ele na verdade concede um empréstimo garantido pelo Criador do Universo. As escrituras dizem: "Aquele que dá ao pobre com benevolência empresta a D’us, Que lhe retribuirá tudo o que lhe é devido." (D’us pagará ao benfeitor neste mundo, restituindo-lhe o ‘empréstimo’, e guarda a recompensa completa para o mundo vindouro.) Ninguém é tão honrado e digno de confiança como o Criador; se Ele garante que restitui o dinheiro ao doador: por quê alguém deveria hesitar em dar tsedacá ?

Ninguém nunca ficou pobre por dar tsedacá.

De fato, a verdade é o oposto, de acordo com o versículo: "Aquele que dá tsedacá ao pobre, nada lhe faltará". D’us restitui o dinheiro gasto em tsedacá, ao passo que o dinheiro sonegado ao pobre, ao fim, será perdido.