O nome de Moshê não é mencionado uma vez sequer na parashá de Tetsavê. Na verdade, desde o nascimento de Moshê até o final da Torá, esta é a única parashá na qual o nome de Moshê não consta. Esta omissão resultou do que Moshê proferiu sobre si mesmo. Após o pecado do bezerro de ouro, ele disse a D'us: "Se não perdoares o povo deste pecado, imploro-Te, apague-me de Teu livro, que Tu escreveste!" Apesar de D'us ter perdoado os israelitas, a punição que Moshê invocou sobre si foi parcialmente realizada. D'us apagou o nome de Moshê da parashá de Tetsavê. As palavras de um justo realizam-se mesmo se a condição vinculada a ela não tiverem efeito.

Este é apenas um exemplo de quão extensos os efeitos da palavra falada podem ter. Todas as obras de ética judaica enfatizam o grande cuidado que se deve tomar ao falar.

A fala é uma arma poderosa, que pode infligir feridas mortais a grandes distâncias. Assim como palavras ásperas podem ferir quando dirigidas contra outra pessoa; também podem ser auto-destrutivas. O Talmud adverte que uma pessoa não deve falar mal até mesmo de si próprio. Se alguém denigre a si mesmo, outros também poderiam denegri-lo.

A omissão do nome de Moshê nesta porção da Torá é, portanto, de importante significado. Se uma maldição condicional, que faz parte de uma apelação passional por perdão ao povo de Israel, pode ter conseqüências desfavoráveis, quão mais não o é quando as palavras são proferidas com raiva e hostilidade, seja contra si, seja contra outros.