D'us nos deu dois conjuntos de leis, aquelas que podemos entender (Mishpatim e Edut) e aquelas que não compreendemos (Chukim). Por que Ele nos permitiu entender apenas alguns de Seus mandamentos?
Os ensinamentos chassídicos explicam que D'us queria que Sua inteligência infinita se fundisse com nosso entendimento, revelando assim nosso vínculo infinito.
Gostaria de compartilhar outra possível explicação. Talvez D'us quisesse fazer com que a nação judaica funcionasse igual às outras nações. Outras nações correm atrás do que entendem: dinheiro, fama, prazeres e tudo o que é benéfico para seus olhos. A nação judaica também corre atrás de coisas que entende: Divindade e conexão com Sua infinidade e força suprema. Sim, com esforço, a espiritualidade também pode ser explicada e desejada, assim como se deseja um benefício material. Em conclusão, ambas as nações buscam coisas que entendem.
Seria saudável viver completamente com base na compreensão? Não, e pode até ser perigoso. Você vê que a pessoa nunca está decidida sobre o que entende, pois está constantemente mudando. A compreensão da vida de hoje será diferente amanhã.
É por isso que a fé firme e imutável em D'us é a fundação do serviço de um judeu. Geralmente, quando a pessoa não entende alguma coisa, ela abandona o conceito e pára de praticá-lo. Por outro lado, um judeu não age dessa maneira, porque sua fé é o que o mantém indo adiante, não apenas seu entendimento.
Agora podemos entender o dilema do sobrevivente do holocausto. No shtetl, ele viveu uma vida de fé e serviço a D'us. Com o holocausto, ele percebeu que não havia explicação lógica, então teria que confiar em sua fé. No entanto, como poderia confiar em sua fé, quando milhões morreram fazendo exatamente isso? Parece que o núcleo de todo o sistema de crenças falhou com ele.
Isso pode ser verdade ao olhar para os eventos ao seu redor. Mas, se ele olhar para si, reconhecerá a maior forma de bondade que D'us poderia fazer. Ele o permitiu que vivesse. Não há explicação lógica para isso, pois ele poderia ter sido um entre 6 milhões. Esse pensamento faz a pessoa desejar olhar para a frente na vida e retribuir ao Todo-Poderoso que lhe concedeu a vida. Afinal, foi D'us que teve fé nele.
Conheci vários sobreviventes do holocausto e muitos deles têm famílias grandes e felizes. Eles praticam o judaísmo diariamente e se orgulham de sua fé. Assim como um sobrevivente se concentra no bem que recebeu sem motivo aparente, e não na perda, também precisamos nos concentrar nisso. Todos os dias precisamos rezar e agradecer a D’us por tudo o que temos. Ao reconhecermos todas as bênçãos que nos foram dadas, podemos sorrir e viver a vida ao máximo.
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