Por Iehiel Moscovich
Na semana passada na Parashá Yitro, vimos que no recebimento da Torá, houve relâmpagos e trovões, algo realmente impressionante. E agora, quando os judeus recebem a Torá e as mitsvot que começam a ser enumeradas, o que ocorre? Aparecem os "Mishpatim", que são as mitsvot simples, relacionadas a coisas mundanas, que poderíamos compreender até mesmo sem que a Torá tivesse nos ordenado.
As parashiot Yitro e Mishpatim parecem tomar rumos opostos: na Parashá Yitro testemunhamos uma revelação divina sobrenatural e portanto acima da lógica. Já na Parashá Mishpatim, tratamos de coisas simples, diárias, e compreensíveis ao nosso intelecto.
Porém com uma análise mais profunda, estas duas Parashiot são justamente as etapas que realizam a finalidade da Torá, que é unir o sobrenatural e elevado, com as coisas mundanas e materiais. A meta não é que a espiritualidade se sobreponha e anule a parte física, mas unir as duas coisas para que ambas possam servir a D'us.
E para que isso ocorra, necessitamos das leis tratadas na Parashá dessa semana, como por exemplo o Din (veredicto) em casos de leis monetárias ou prejuízos, para que possamos introduzir a vontade de D'us dentro de nossas ações diárias.
Mishpatim também nos ensina uma outra lição. Não devemos nos abster das coisas materiais, pois sua elevação ocorre justamente através de quando a usamos para uma finalidade relacionada a alguma mitsvá.
Mas para que tenhamos a força de realizar esta difícil tarefa, necessitamos da Parashát Yitro, da revelação e do auxílio divino para que com a força que D'us e o Rebe nos fornecem, possamos concluir nossa missão.
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