"E ele fez o castiçal de puro ouro" – lemos na porção desta semana da Torá, Vayakhel. "E seis braços saíam dos lados: três braços do castiçal de um lado, e três braços do castiçal no outro lado."

Surpreendentemente, existe uma falsa idéia sobre a menorá que ficava no Templo sagrado. Esta falsa idéia, cuja origem está em fontes não-judaicas, infelizmente penetrou nos círculos judaicos, resultando num entendimento incorreto sobre a genuína aparência da menorá.

Na verdade, os seis braços laterais do candelabro de sete braços subiam diagonalmente numa linha reta a partir do centro; não eram, como habitualmente retratados, arredondados em formato de cuia. O que torna este erro ainda mais lastimável é por ter derivado do famoso Arco de Tito (que seu nome seja obliterado para sempre).

O Imperador Romano, procurando imortalizar sua destruição do Segundo Templo Sagrado e sua pilhagem dos vasos do Templo, encomendou uma obra para assegurar seu lugar na história. Sua profanação da menorá, no entanto, não é uma representação acurada daquela que foi roubada do Templo Sagrado. Tito quis aperfeiçoar o original e portanto o "embelezou", arredondando seus ramos.

A palavra hebraica para "ramo" – "kane" – alude ao verdadeiro formato da menorá, pois seu significado literal é "um junco" – planta que cresce à beira da água, num ramo ereto e sem curvas. Tanto Maimônides quanto Rashi concordam que os braços da menorá eram retos; Maimônides chegou a fazer um desenho da menorá, para que não houvesse margem para dúvidas.

É da maior importância que esta falsificação antiga, que infelizmente foi adotada em muitas sinagogas e salas de estudo, seja corrigida de uma vez por todas, e o verdadeiro formato da sagrada menorá seja representado acuradamente.

Outro aspecto interessante da menorá eram suas "taças". Três taças, no formato de flor de amêndoa, estavam em um ramo, com um puxador e uma flor; e três taças, no formato de flor de amêndoa, no outro lado… no candelabro em si havia quatro taças, no formato de flor de amêndoa, com seus puxadores e flores" – num total de 22 taças ao todo. Em seus desenhos, Maimônides representa estas taças viradas para baixo – o fundo da taça em cima, a abertura mais larga na base!

O que podemos aprender da incomum configuração das taças?

O propósito da menorá era o de iluminar – não apenas o interior do Templo Sagrado, mas o mundo inteiro. Este conceito está refletido também no fato de que as janelas do Templo Sagrado foram construídas para ser estreitas na parte interna e mais largas no exterior da estrutura, dessa forma canalizando a luz da menorá para fora, para o mundo em geral.

Similarmente, uma taça de boca para baixo representa o ato de derramar e prover o sustento, um simbolismo do papel judaico como uma "luz entre as nações"