Ao examinar esta Porção da Torá, é interessante notar que a mitsvá de construir o Mishcan veio após a Revelação do Monte Sinai. O ponto focal do Mishcan era a Arca Sagrada, que continha as duas Tábuas. Não faria mais sentido primeiro preparar o local para colocar as Tábuas e então recebê-las? Por que o Mishcan não foi construído primeiro?

Desta dúvida aparentemente simples, emerge uma poderosa lição de vida. Quando vamos à loja de presentes judaicos mais próxima, freqüentemente passamos muito tempo examinando o belo trabalho nos estojos das mezuzot, mas gastamos o mesmo tempo inspecionando a qualidade do rolo que vem dentro do estojo? Muitas vezes nos preocupamos com o propósito secundário, esquecendo totalmente o objetivo principal. Gastamos tempo e dinheiro adquirindo um talit muito fino e uma bolsa de tefilin, mas não mostramos o mesmo entusiasmo pelo conteúdo que ali está.

Ao colocar a construção do Mishcan após a revelação no Monte Sinai, a Torá está nos lembrando a não perder de vista este propósito. As Tábuas e os Dez Mandamentos nelas gravados são o mais importante: a Arca Sagrada que os contém é secundária. Mais tempo deveria ser gasto aprendendo e honrando a Torá que aprimorando a Arca que a contém. Será a cobertura da chalá ou a chalá nosso maior foco de atenção, a bela sinagoga como santuário ou as preces que lá são ditas? Não devemos jamais deixar de lado nossa prioridade de cumprir as mitsvot de D'us ao máximo de nossas capacidades.