Ontem, 19 de janeiro, marcou a libertação de três mulheres israelenses após 471 dias mantidas reféns pelo grupo terrorista Hamas. Romi Gonen foi libertada junto com Doron Steinbrecher, 31, enfermeira veterinária, e Emily Damari, 28, que tem dupla nacionalidade britânica-israelense. A libertação delas faz parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns entre Israel e o Hamas em um total de 33 reféns.

O acordo tratou-se de uma negociação extremamente difícil envolvendo muitos dilemas e opiniões contrárias a manter qualquer acordo com terroristas. Mas ele foi assinado resultando em 42 dias de trégua, em troca da libertação de 33 reféns israelenses, incluindo as três jovens, e de 30 terroristas presos em Israel para cada refém israelense libertado (ontem 90 terroristas retornaram para Gaza). Uma conta extremamente injusta e altamente arriscada, no entanto há razões acima da lógica para isso.

No judaísmo cada vida é sagrada; uma vida é como um mundo inteiro. Para Israel o sofrimento das famílias, amigos, de um país e muitas pessoas e entidades ao redor do mundo que rezaram e se mobilizaram pedindo pela libertação de mulheres, homens, idosos, crianças e até bebe nas mãos do terror, sendo arrastados pelos labirintos de túneis, sob condições sub humanas num inferno com todo tipo de torturas e ameaças, falaram muito mais alto.

As próximas semanas serão de expectativa e angústia à espera da libertação dos próximos reféns. Mas o momento agora é de comemoração. A felicidade tomou as ruas e lares, com música e danças, gritos de alegria em meio a lágrimas de alívio. Afinal a entrega de Romi, Emily e Doron de volta para casa no calor e abraço de seus familiares é como se fossem nossa própria família. Am Israel, Am Echad.

De Volta Para Casa

Cada refém possuí relatos pessoais que serão registrados para sempre na história. O “Nunca Mais” voltou a ocorrer em pleno século 21 de forma jamais imaginável.

Falarão como eram suas vidas antes e depois das cenas que presenciaram e de como foram arrastados vivos para o inferno do Hamas e seus apoiadores no dia 7 de outubro de 2023. Ainda ouviremos muito de cada um e uma, daqueles que retornam e dos que não tiveram a mesma sorte.

Romi Gonen, 24

Romi Gonen estava participando do festival de música Nova, uma festa realizada perto da fronteira com Gaza. Mais de 360 jovens foram mortos no festival quando combatentes do Hamas cruzaram a fronteira e começaram o massacre atirando em todos que corriam e que tornaram-se alvos fáceis, no meio de pânico e caos tentando salvar suas vidas bem como a de seus amigos.

A paisagem desértica ofereceu aos participantes da festa cobertura limitada e as rotas de saída foram bloqueadas por homens armados. Quando as sirenes soaram enquanto o ataque se desenrolava, Romi ligou para sua família. Sua mãe, Meirav, lembrou-se de ouvir tiros e gritos em árabe na ligação final com sua filha: "Eles atiraram em mim, mãe, e eu estou sangrando.” Ela foi sequestrada após tentar fugir e levar um tiro na mão pelos terroristas fortemente armados do Hamas. Três de suas amigas que estavam com ela no festival foram assassinadas. Seu carro foi encontrado vazio, e o sinal de seu telefone foi rastreado até Gaza.

Um mês após o ataque, um dos reféns libertados em novembro de 2023 – como parte de um acordo de cessar-fogo anterior – disse à família de Gonen que Romi estava viva, mas que sua mão estava em más condições: “A mão dela não funciona. Os dedos mal se movem e estão mudando de cor …”.

O Hostages and Missing Families Forum disse que Romi foi ao festival "para fazer o que mais amava: dançar" - algo que ela estudou por 12 anos, estrelando apresentações solo e se tornando uma ‘coreógrafa incrível’". O fórum também disse que o quarto de Romi em sua casa "permanece exatamente como estava quando ela foi sequestrada", aguardando seu retorno.

Em um videoclipe compartilhado pelo exército israelense, o pai de Romi foi visto pulando no ar antes de cair em lágrimas enquanto assistia à filmagem da libertação de sua filha.

Doron Steinbrecher, 31

Doron Steinbrecher estudou teatro e cinema na escola e desenvolveu um amor por animais que a levou a se formar enfermeira veterinária. Ela foi sequestrada de seu apartamento no Kibutz Kfar Aza - perto da fronteira noroeste de Gaza - quando o Hamas atacou.

A comunidade, uma das muitas aldeias israelenses ao longo da fronteira, foi fortemente alvo de militantes armados durante os ataques de 7 de outubro. Autoridades israelenses disseram que o Hamas queimou casas e assassinou civis, incluindo famílias inteiras, além de fazer reféns.

Quando o ataque começou, Doron contatou sua família e amigos via WhatsApp para dizer que estava se escondendo debaixo da cama enquanto os militantes avançavam. Por volta das 10h30, Doron em uma ligação com sua irmã, Yamit Ashkenazi, e seus pais, que também estavam no kibutz Kfar Aza ela falou que estava com medo. Em sua última mensagem de voz, ela foi ouvida gritando "eles me pegaram" enquanto gritos e tiros soavam ao fundo ela era capturada, ainda de pijama, e levada para Gaza.

A família de Doron não recebeu nenhuma informação sobre seu paradeiro por quatro meses. Em janeiro de 2024 Steibrecher apareceu em um vídeo do Hamas com outras duas prisioneiras, Daniella Gilboa e Karina Ariev, implorando por sua libertação, para alívio da família que soube que estava viva.

"Depois de 471 dias insuportáveis, nossa amada Dodo finalmente retornou aos nossos braços", disse sua família em um comunicado no domingo."Queremos expressar nossa sincera gratidão a todos que nos apoiaram e nos acompanharam ao longo desta jornada."

Emily Damari, 28

Emily Damari possui cidadania britânica e israelense. Fã do clube de futebol Tottenham Hotspur, Damari cresceu no sudeste de Londres, e depois mudou-se para Israel. Emily é a mais nova de quatro filhos e é neta de Sidney Moss, que foi por muitos anos diretor administrativo do Jewish Chronicle do Reino Unido.

O Hamas sequestrou Damari, de seu apartamento no kibutz Kfar Aza junto com outros 37 moradores da comunidade. Ela era a única refém com cidadania britânica.

Sua última mensagem para sua família no dia de seu sequestro foi por volta das 10h, quando ela conseguiu enviar uma mensagem de texto dizendo que o Hamas estava em sua vizinhança e atirando perto de seu apartamento. Conforme o ataque se desenrolava, Emily enviou à mãe uma mensagem de texto contendo um único emoji de coração. Esse foi o último contato que tiveram. Emily assistiu seu cachorro ser baleado e morto.

Com base em evidências de testemunhas do ataque, Damari foi baleada na mão e "ferida por estilhaços na perna, vendada, colocada na parte de trás de seu próprio carro e levada para Gaza", disse sua mãe, Mandy Damari.

Em dezembro Mandy disse à imprensa: "Minha filha está sofrendo de ferimentos de bala na mão e na perna... Eu me preocupo todos os dias, me preocupo a cada segundo porque no próximo segundo, ela pode ser assassinada, só porque ela está lá."

Sua mãe também morava no kibutz em sua própria casa. A Sra. Damari se escondeu no quarto seguro e foi salva por uma bala que atingiu a maçaneta da porta, impossibilitando a entrada dos agressores.

Imagens após sua libertação mostraram Emily com uma mão enfaixada e dois dedos faltando naquele ataque. Emily encontrou-se com sua mãe em Israel no domingo, e abraçadas entraram em uma videochamada com seu irmão.

Sua mãe falou: "Quero agradecer a todos que nunca pararam de lutar por Emily durante essa provação terrível e que nunca pararam de pronunciar seu nome, em Israel, Grã-Bretanha, Estados Unidos e ao redor do mundo. Obrigada por trazerem Emily para casa."

Ninguém Será Deixado para Trás

A alegria não pode ser completa por que tudo isso deveria ter acabado, mas ainda não acabou. O grupo terrorista Hamas e seus aliados se regozijam com o sofrimento da expectativa de libertação dos próximos reféns. Mas ninguém sera deixado para trás.

Impossível para nós compreender a lógica infiltrada nas mentes de multidões que marcham nas ruas do mundo, apoiando o terror do Hamas, os massacres bárbaros, os estupros de mulheres e sequestros de civis. Prestigiosas universidades famosas pelo seu ensino de excelência e civilidade tornaram-se centros de marchas e gritos em apoio ao terror, ao extermínio de Israel e de ódio aos judeus. Nas mídias sociais muitos “amigos” deixaram de seguir ou manter contato, com seus “ex-amigos” judeus de um dia para outro. Mas quem precisa de amigos assim?! E quer saber… nada disso realmente importa.

Estamos mais unidos e fortes do que nunca. Defenderemos nossa terra, nosso povo, nossa liberdade e direito à vida, princípios básicos que deveria reger toda nação civilizada e a humanidade. Nossos valores permanecem intactos e temos muito orgulho de sermos judeus. Em breve a história concluirá com a vitória da luz sobre toda essa escuridão e caos. Haverá uma nova era que não conhecerá mais guerras e só saberá de paz e entendimento entre todos os povos e nações.

Quem viver, verá!