"D’us viu que a luz era boa e separou entre a luz e a escuridão. D’us chamou a luz, ‘dia’ e a escuridão chamou ‘noite’; foi tarde e foi manhã, dia um" (Bereshit I:4-5).
No início a escuridão e luz eram uma só – expressão contínua da bondade e perfeição de seu Criador. Mas, D’us desejava contraste e desafio em Seu mundo. Então, separou a luz da escuridão, o bem revelado do bem oculto, desafiando-nos a cultivar o dia e refinar a noite.
Basicamente, o empenho da vida é canalizar a luz do dia para iluminar a noite. Esforçamo-nos por cultivar tudo o que é bom e Divino em nosso mundo, direcionando os recursos positivos para superar e transformar o mau e a negatividade do "lado obscuro" da Criação. Esse processo foi exemplificado por meio da luz que emanava da Menorá do Bet Hamicdash, acesa ainda de dia, seus raios prolongando-se noite adentro. Acesa num Santuário interno, repleto com a luz Divina, a Menorá irradiava seu fulgor para o mundo físico que não o possui.
Mas, às vezes, este "procedimento opera-cional tradicional" não está em vigor. Há tempos em que a escuridão invade o Divino farol, ofuscando a Menorá e poluindo seu azeite; épocas em que não mais conseguimos extrair do dia para iluminar a noite. Em tais circunstâncias, devemos nos voltar para a própria noite como fonte de luz. É nossa incumbência buscar "a única ânfora de azeite puro", escondida, para a essência da Criação não profanada e improfanável. É preciso escavar as realidades superficiais do "dia" e da "noite" para descobrir as peculiaridades primordiais de luz e escuridão.
Aqui repousa o real significado de Chanucá, a festa que desloca a Menorá do Bet Hamicdash para a rua, e do dia, para a noite. Chanucá transforma a Menorá, de instrumento para disseminar a luz do dia, em instrumento para extrair a essência luminosa da escuridão em si.
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