"Eu quero ser …
... um professor."
… um advogado."
… próspero."
… pai."

Se você perguntar a alguém o que o levou a escolher sua carreira, certamente há uma história interessante. Alguém pode se tornar professor por causa de uma experiência ruim ou excelente como aluno. Um advogado, por causa de justiça não feita, ou por pura admiração pelos oprimidos. E uma pessoa rica porque cresceu com riqueza, ou infelizmente sem nada. Porém, para cada decisão que uma pessoa toma conscientemente ou não, há uma razão por trás dela.

O mesmo se aplica a pessoas que mudam de carreira no meio da vida. Aconteceu algo que acionou um botão e os redirecionou para um caminho diferente.

Em nossas vidas pessoais a Torá é o que nos guia em um caminho reto e justo para as relações interpessoais. Esta é uma das razões pelas quais a mitsvá de shemitá foi ordenada. Observar shemitá requer que a pessoa pare de trabalhar (a terra) por 1 ou 2 anos. Se alguém não trabalha, como vive? Hashem abençoa o campo diante de Yovel (jubileu) e Shemitá (Ano Sabático), para produzir frutos suficientes para suprir os anos inoperantes.

Contamos apenas com as bênçãos de Hashem antes de shemitá e aprendemos como é não ter abundância de alimentos/fundos. Infelizmente, é uma experiência que o homem pobre sente diariamente quando consulta a sua conta bancária, enquanto os ricos quase nunca o fazem. Durante esses anos em que tanto os ricos como os pobres não trabalharam, experimentam a sensação de falta de alguma necessidade. Motiva e inspira os ricos a serem sensíveis às lutas dos menos afortunados,

Uma história

O Rabino Pessach Krohn tinha 21 anos quando seu pai faleceu aos 47. Ele deixou sete filhos e uma situação financeira precária. Seu pai era mohel praticante e, antes de falecer, ensinou o ofício a Pessach. O jovem assumiu a prática, mas foi um grande desafio no início porque nem todos queriam contratar o jovem mohel para realizar o brit milá, (circuncisão) de seus filhos.

Alguns meses depois, quando Pessach foi rezar Minchá na sinagoga, um certo Sr. Cohen veio até ele e lhe entregou um envelope com U$ 1.500, o que era muito dinheiro para 1967.

“Agradeci, mas disse que não éramos pobres e que não precisávamos de tsedacá”, disse Pessach.

Cohen então lhe falou que era somente um empréstimo e que poderia ser devolvido quando a família de Pessach desejasse. “Nunca vou lhe cobrar”, reiterou Cohen.

Pessach agradeceu, mas disse que precisaria consultar sua mãe. Ele assim fez, e ela concordou em aceitar, pois realmente precisavam do dinheiro. Dois anos depois, Pessach aumentou sua clientela como mohel e tinha fundos para pagar o empréstimo.

Quando chegou ao escritório do Sr. Cohen com o envelope cheio, este disse que não iria aceitá-lo.

“Mas você disse que era um empréstimo?”, Pessach respondeu.

“Sente-se, deixe-me lhe contar uma história”, disse Cohen. “Você se lembra que alguns anos atrás eu fali? Bem, o Sr. Lowenstein veio até mim e me deu um envelope com dinheiro e eu disse ‘Não sou pobre, não preciso de tsedacá’. Ele disse que era um empréstimo que eu poderia pagar quando quisesse.

“Alguns anos depois, procurei o Sr. Lowenstein para pagar o empréstimo, mas ele disse: “Não vou aceitar o dinheiro. Um dia você encontrará uma família necessitada e fará a mesma coisa que eu fiz. Dê-lhes o dinheiro e, quando eles vierem pagar, diga-lhes para pagarem ajudando outra família.”

Alguns meses depois, uma família estava passando necessidade e Pessach e sua mãe fizeram exatamente conforme foram instruídos.

Até hoje pessoas estão ajudando outras, porque sabem o que é passar por essa experiência na vida.