“Essas são as narrativas do Mishkan, o Mishkan do Testemunho, como foram vistas por Moshe.” (Shemot 38:21)

O peso total de todo ouro, prata e cobre, que foi doado para o Mishkan, Tabernáculo do deserto, está registrado na Parashá Pekudei. Nenhuma menção é feita, porém, do valor monetário desses metais preciosos, somente do seu peso.

Isso nos ensina uma lição valiosa. A diferença entre peso e valor é que o peso mede apenas a massa de um objeto, enquanto o valor reflete a distinção e a qualidade dele.

Num sentido espiritual, esses dois componentes podem ser encontrados em escalas variadas em todas as nossas “contribuições” para fazer um Mishkan, uma morada para D'us neste mundo. O peso, ou massa da contribuição, simboliza a ação prática que envolve, como a observância de uma mitsvá. Já o valor, ou qualidade da contribuição, representa a intenção e a devoção interior com a qual a boa ação é feita.

Alguém poderia presumir que ações que carecem de qualquer sentimento ou intenção interna não servem a nenhum propósito em fazer o Mishkan. Pois que valor teria uma ação física, não inspirada de sentimentos sinceros para tornar D'us manifesto em nossas vidas?

A Torá, portanto, dá uma contabilidade do peso das doações, para nos ensinar que Moshe atribuía importância, não apenas ao valor das doações, mas também ao seu peso. Pois até a massa, as ações práticas sozinhas, são suficientemente valiosas aos olhos de Moshe para serem contadas e registradas.

Likutei Sichot, vol. 26, pág. 279