Quatro anos após o assassinato de Sarah Halimi , uma judia francesa com 65 anos, mãe e médica, em Paris, o caso está de volta às notícias na França.

A alta corte francesa decretou neste mês de abril que o criminoso, Kobili Traoré, não passará por julgamento, embora ninguém conteste que ele tenha assassinado brutalmente sua vítima e a jogado de uma janela do terceiro andar, enquanto declarava “Allahu Akbar.”

O motivo?

Foi determinado que, sob influência da maconha, ele teve um “episódio de delírio.” Assim, ele não poderia ser considerado criminalmente responsável por suas ações. Como resultado, não houve, e nem haverá, um julgamento e avaliação legal. Em vez disso, o assassino foi considerado como paciente para tratamento psiquiátrico. Mas, aquele tratamento psiquiátrico vai se concentrar somente em seu problema com a droga, ou irá também focar em suas mortais crenças antissemitas e crime?

Desnecessário dizer, esse é um resultado espantoso. Que mensagem isso envia?

Bem, num sentido muito verdadeiro, o assassino aparentemente não pode ser considerado culpado pela sua própria decisão de usar maconha, menos ainda, pelo frio e sangrento assassinato de sua vizinha e os tons claramente antissemitas de tudo isso. Ou seja: Fume narcótico, mate um judeu, fique impune; livre da cadeia.

A propósito, poderia ter implicações legais além das fronteiras da França, pois mais e mais países, incluindo muitos estados nos Estados Unidos, legalizam o uso da maconha.

Até o Presidente Francês Ficou Indignado

O presidente francês Emmanuel Macron tem clamado por mudanças na lei para impedir que injustiças como esta ocorrem novamente, mesmo com alguns lhe acusarem de interferência judicial. Se esse fosse o único episódio lamentável e infeliz de extrema injustiça ocorrido na Europa afetando judeus, seria mais que suficiente. Mas não é. Aqui estão três outros exemplos, entre muitos.

Sarah Halimi assassinada na sua casa em Paris por um brutal antissemita.
Sarah Halimi assassinada na sua casa em Paris por um brutal antissemita.

Alemanha

Em 2014 em Wuppertal, na Alemanha, houve um disparo de bombas na sinagoga local. Três perpetradores de origem palestina foram identificados. Durante os três anos seguintes de acusação em vários tribunais, os defensores alegaram que eles eram viciados em maconha, bebida, e não queriam ferir, mesmo quando eles também declararam que queriam “chamar atenção para o conflito de Gaza” com Israel.

No final, os três receberam sentenças suspensas pelo dano causado pelos seus coquetéis Molotov. Mas, pasmem! A corte regional decretou que o motivo não era antissemítico, mas sim um protesto contra Israel. Como disse o diretor do Comitê Judaico Americano de Berlim, Deirdre Berger, na mídia na época: “este foi um caso claro. Então por que é tão difícil para os oficiais da lei dizerem o óbvio, ou seja, que o ódio a Israel nada mais é que o antissemitismo com outra roupagem?”

Considere o processo de pensamento oficial. Como não havia etiqueta israelense legítima na área, a sinagoga, um local religioso, seria considerada como uma proximidade a Israel, e portanto atacada – sem qualquer reconhecimento de natureza antissemítica do que ocorreu. Chocante, absolutamente chocante.

Bélgica

Enquanto isso, o dono de um café na cidade de Saint-Nicolas, na Bélgica, colocou um aviso na janela. Estava em seu idioma nativo, o turco, e dizia: “São permitidos cães nesse estabelecimento, mas judeus não, sob quaisquer circunstâncias.”

Também aparecia em francês, com a palavra “judeus” substituída por “sionistas”.

Este incidente ocorreu pouco tempo depois que quatro pessoas, incluindo um casal israelense cujos filhos foram deixados órfãos, foram mortos por um jihadista no Museu Judaico em Bruxelas, a capital do país.

Apesar de muitos protestos sobre o aviso na janela e sua mensagem aterrorizante, reminiscente da era nazista, os promotores optaram por não fazer acusações legais contra o dono do café.

A mensagem horrível? Tudo bem para uma empresa declarar publicamente que cães são bem vindos, mas judeus não são.

Noruega

E finalmente, houve este incidente em Oslo, na Noruega, em 201 8. Num evento público para promover multiculturalismo, um norueguês cantor de rap, Kaveh Kholardi, que fora convidado por oficiais da cidade, subiu ao palco e falou sobre os “malditos judeus”.

O resultado?
O promotor rejeitou ação legal, declarando que Kholardi “parece estar falando sobre judeus, mas pode, porém, também ser visto como expressando insatisfação com as políticas do Estado de Israel.”

Dizer o quê?
O inevitável significado da decisão norueguesa: judeus, onde quer que possam viver e o que quer que possam pensar, devem ser vistos como suplentes do Estado de Israel.

Quatro exemplos – Paris, Wuppertal, Saint Nicolas e Oslo – onde o processo legal falhou aos judeus, falhou à justiça, e falhou ao senso comum. Quatro exemplos da incapacidade, ou má vontade, de aceitar e confrontar manifestações claras como cristal do antissemitismo contemporâneo, disfarçado, camuflado, mas facilmente reconhecível.

Quatro exemplos que, quando se trata de ódio ao judeu, incansáveis esforços serão feitos por alguns para encontrar circunstâncias atenuantes ou simplesmente para negar o óbvio.

Quatro exemplos que as palavras “Nunca mais”, repetidas com frequência por causa do genocídio contra o povo judeu em solo europeu de 1933 até 1945, somente têm significado se ações comensuradas acompanharem aquelas palavras. Caso contrário, elas são apenas retóricas vazias, e uma cruel decepção na pior das hipóteses.