Amo as Grandes Festas – o mês quando dedicamos toda a nossa atenção a D'us, refletimos sobre nosso compromisso renovado de nos tornar melhores, e passar tempo com nossa família e amigos...Exceto nesse ano...
Esse ano é diferente com essa pandemia ainda à espreita. Sou uma mulher idosa, morando sozinha, com problemas de saúde, e para aqueles como eu, este ano será diferente de todos os anteriores. Estarei observando as festas em casa, sozinha.
Estou acostumada a rezar no meu Beit Chabad local, ouvindo quando o chazan (cantor) recita as preces com melodias, permitindo minha mente meditar e se concentrar à vontade, deixando o rabino fazer o importante serviço com seu comentário, ouvindo o toque do shofar. Durante os serviços, eu era mais passageira que motorista. Era como olhar pela janela e apreciar o cenário sem ter que eu mesma dirigir. Este ano tudo será diferente.
Mas diferente significa ruim? Algo não pode ser diferente e bom?
Gosto de comer sorvete de café, mas se não houver nenhum no freezer, comerei de baunilha em vez dele. E talvez aquela baunilha irá ser uma deliciosa mudança. Portanto, decidi procurar novas maneiras de tornar este ano renovado e empolgante. E na verdade, não deveríamos estar fazendo isso todo ano?
A cada ano ficamos perante D'us, pedindo a Ele que perdoe nossos erros, pedindo a Ele para nos julgar favoravelmente, pedindo para nos dar outro ano para crescer e nos refinar. Isso não deveria ser feito no piloto automático?
É verdade, estamos vivendo tempos difíceis. Mas a tradição chassídica ensina que todas as experiências – até as difíceis – são oportunidades para revelar a bondade que existe dentro de tudo. D'us coloca bondade em todas as Suas criações, mas cabe a nós a escolha de procurar por ela. Às vezes é fácil, às vezes é difícil, mas sempre é nossa escolha.
Este ano fui forçada a sair da minha zona de conforto por circunstâncias que fugiram ao meu controle. Mesmo se eu quisesse, não posso engatar o modo piloto automático. Não posso me sentar, apreciar a corrida, e deixar outro dirigir. Estou atrás do volante. Mas poderei estar no controle da jornada. E isso, acredito, é onde a bondade está dentro dessa época de tantas festas.
Vá Devagar e Cante
Quando estou na sinagoga, tenho de correr para me manter no ritmo e poder acompanhar o chazan. Em casa irei no meu próprio passo e separar tempo para pensar sobre aquilo que estou recitando. Já comecei a ouvir interpretações musicais das preces que cantamos para aprender as melodias.
Meu Próprio Shofar
Fui a uma loja de artigos judaicos e comprei um shofar. Meu próprio shofar! Tocá-lo não é tão difícil como eu pensava só tenho que praticar. Em Rosh Hashaná, estarei preparada para coroar o Rei!
Em Boa Companhia
Será difícil não estar com minhas amigas durante as refeições festivas, e nada pode substituir aquilo, mas estou certa de que tenho boa companhia com livros judaicos que me elevam. Tenho colecionado muitos e excelentes livros no decorrer dos anos, e minhas estantes me fazem sentir como se as mais notáveis mentes judaicas na história estejam em minha sala comigo, prontos para me ensinar.
O Rebe pode me fazer companhia durante o almoço, Maimônides para o jantar, e o Baal Shem Tov (fundador do Chassidismo) para o café na manhã seguinte. E é claro, terei livros de histórias chassídicas para temperar este tempo. Com convidados assim, naturalmente usarei belas roupas e arrumarei a mesa com minhas melhores travessas.
Celebre!
Sim, este ano será diferente. Estou me preparando com antecedência; já adquiri ‘minha carteira de motorista e as chaves do carro’. Abrirei as janelas, e apreciarei a corrida, e tudo que desejo é que essa época tão especial que aguardamos o ano todo, seja saudável e significativa.
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