Pela Graça de D'us
17 de Sivan, 5711
21 de junho de 1951
Brooklyn, NY

Saudações e Bênção,

Como eu disse a você durante sua visita, meu sogro o Rebe com frequência citava uma frase de Rabi Israel Baal Shem Tov: “De tudo que um judeu vê ou ouve, ele deve derivar uma lição em seu serviço ao Todo Poderoso.”

Obviamente, a pessoa deveria procurar uma lição na sua ocupação diária.

Vestes e roupa branca, antes de você vesti-las, são limpas e cuidadosamente passadas – tudo no local adequado. Mas após vesti-las por algum tempo, elas se tornam amassadas, empoeiradas ou manchadas. Apesar disso, a pessoa não descarta essas roupas: mas sim, leva-as a uma lavanderia.

Na lavanderia, um funcionário coloca as peças numa máquina de lavar na temperatura morna ou quente, com produtos químicos ou sabão que servem para remover a sujeira e as manchas. Ele então passa aplicando um ferro pesado. A roupa agora pode ser usada novamente.

Assimocorre com a alma judaica. Quando o Todo Poderoso dá ao judeu – homem ou mulher – sua alma, ela está limpa e passada, e se encaixa individualmente nele ou nela com perfeição. Como pronunciamos diariamente nas preces matinais: “A alma que colocaste dentro de mim é pura.”

Às vezes, porém, quando é usada para questões mundanas, a alma se torna pelo seu uso e para coisas que vão em desencontro com a vontade de D'us. A alma pode também se tornar manchada quando alguém negligencia, D'us não o permita, de cumprir uma mitsvá obrigatória ou transgride, D'us não o permita, uma proibição Divina.

Apesar disso, a Torá nos ensina a não desesperar, D'us não o permita, da pureza da alma e sua propriedade para mentchlich e estilo de vida judaico. A pessoa deve imergir numa temperatura morna ou quente – ou seja, pelo calor da Torá e mitsvot, para que possa “mergulhar” nelas e ser vitalizada por elas. Esse calor deve ser um calor úmido, para que a alma tenha uma aderência a todas as coisas sagradas; isso é seja atingida pela prece sincera, da qual se diz: “Derrame seu coração como água,” e com sincero estudo de Torá, do qual é dito: “todos que têm sede, venham à água – a água é a Torá.”

A pessoa deveria também misturar outras coisas: fazer caridade, observar as leis de da cashrut e outras mitsvot, assim devolvendo à alma sua pureza impecável. E se alguém acrescenta a isso o “peso” e “pressão” da Torá – um peso e pressão que podem parecer, a princípio, um fardo – isso não apenas incomoda a roupa – pelo contrário, a deixa macia e coloca cada coisa em seu lugar, restaurando-a à sua forma adequada e seu brilho. Em outras palavras, através de Torá e mitsvot a alma se torna aquela que deveria ser.

Concluo com uma bênção de longa vida para você e sua esposa e que vocês tenham muito nachas de todos os seus filhos.

[Assinatura do Rebe]