18 de Elul, 5735 (1975)
… Num lar judaico, a mulher e mãe, a Akeret Habayit [alicerce do lar], em grande parte determina a formação e a atmosfera da casa inteira.
D'us exige todo lar judaico seja bem diferente de um lar não judaico, não apenas no Shabat e feriados, mas também nos dias comuns e em questões “dos dias de semana”. Deve ser um lar judaico em todos os aspectos.
O que torna um lar judaico diferente de um não judaico é que é conduzido em todos os detalhes segundo as diretivas da Torá, Torat Chayim – significando que é o Guia Judeu na vida diária – dado por D'us. Portanto o lar se torna uma morada para a Presença de D'us, um lar para a Divindade, no qual D'us diz: “Façam-me um santuário e habitarei entre eles.” (Éxodus 25:50)
É uma casa onde a presença de D'us é sentida não apenas no Shabat e Yom Tov, mas em todo dia da semana; e não somente ao rezar e estudar Torá, mas também quando engajado em coisas comuns, como comer e beber, etc., segundo a diretiva “Conhece-O em todos os teus caminhos.”
É um lar onde a hora da refeição não é um tempo para indulgir em “hábitos alimentares” comuns e naturais, mas uma consagração a D'us, onde a mesa é um “altar” santificado pela lavagem das mãos antes da refeição, recitar as bênçãos antes e depois de comer, e onde toda a comida e bebida são estritamente casher.
É um lar onde o relacionamento entre marido e mulher é santificado pela meticulosa observância das leis de Taharat Hamishpacha [Pureza Familiar], e permeada com consciência sobre um terceiro “Parceiro” – D'us – em criar vida nova, em cumprimento do Divino mandamento “Crescei e multiplicai-vos.” Isso também assegura que as crianças nasçam em pureza e santidade, com corações puros e mentes que lhes permitirão resistir à tentação e evitar os abismos do ambiente onde crescem. Além disso, a observância de Taharat Hamishpacha é um fator básico na preservação da paz e harmonia no lar, que é vitalmente fortalecido por isso – obviamente, um fator básico na preservação da família como unidade.
É um lar onde os pais sabem que sua primeira obrigação é instilar nos filhos desde a mais tenra idade, o amor e também o temor a D'us, permeando-os com a alegria de cumprir mitsvot. Com todo seu desejo de prover os filhos com todas as coisas boas na vida, um pai judeu deve saber que o maior, na verdade o único legado eterno que podem dar aos filhos é fazer da Torá e mitsvot e suas tradições sua fonte de vida e guia na vida diária.
Em tudo o que foi dito acima, a esposa e mãe judia – a Akeret Habayit – tem um papel básico, primário. É grandemente – e em muitos aspectos exclusivamente – sua grande tarefa e privilegio fornecer ao lar sua verdadeira atmosfera judaica. Foi confiado a ela a cashrut dos alimentos e bebidas que entram em sua cozinha e servidos sobre a mesa.
Ela recebeu o privilegio de introduzir o sagrado Shabat acendendo as velas na sexta-feira, na hora exata antes do pôr do sol. Assim, ela real e simbolicamente ilumina o lar e traz paz e harmonia com a luz da Torá e mitsvot. Em grande parte é por seus méritos que D'us concede a bênção da felicidade para seu marido e filhos e toda a família.
Além das mitsvot de acendimento das velas, chalá entre outras que a Torá confiou às filhas judias, há questões que, na ordem natural das coisas, estão sob o domínio das mulheres. O motivo para isso estar na ordem natural é que brota da ordem sobrenatural da santidade, que é a fonte e origem do bem no mundo físico. Nós nos referimos, é claro, à observância de Taharat Hamishpacha que, pela natureza, está nas mãos da mulher. O marido é exigido a encorajar e facilitar essa observância mutua; certamente não dificultar de forma alguma, D'us não o permita. Mas a principal responsabilidade – e privilegio – é da mulher.
Esta é a grande tarefa e missão que D'us deu às mulheres judias – observar e disseminar a observância de Taharat Hamishpachá, e das outras instituições vitais da vida familiar judaica. Pois além de serem as mitsvot fundamentais e a pedra base da santidade da vida familiar judaica, bem como relacionado ao bem estar dos filhos tanto física quanto espiritualmente– essas permeiam e se expandem a todas as gerações judaicas até a eternidade.
Finalmente, deve ser lembrado que o Criador proveu toda e cada mulher judia com a capacidade de cumprir a maior parte na vida diária em plena medida, pois caso contrário, não seria lógico ou justo D'us prescrever obrigações e deveres impossíveis de cumprir…
Mashiach
Na nação de Israel, no decorrer da história, a fonte básica de virtude e bondade tem sido as mulheres judias justas. Sara foi a mãe da profecia; Miriam, a mãe da redenção. As mulheres judias que saíram do Egito foram as mães da lealdade a D'us, e da fé forte e pura a Ele. Devorah foi a mãe dos heroísmo; Ruth, a mãe da realeza; Esther, a mãe da salvação; Chana, a mãe do martírio. Houve também as mulheres de corajosa rebelião – a filha de Matityahu e as mulheres que a seguiram, e a heróica Yehudit.
Quem serão as mães da luz da Redenção Vindoura? Essas mesmas mulheres, e as mulheres justas de hoje.
(Yalkut Shimoni, Ruth, 606)
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