Neste domingo a noite começará a festa de Chanuca.

Certa manhã, durante Chanuca de 5773 (2012), um grupo de jovens estudantes da yeshivá, incluindo Shmuel Lipsch, partiram para as Colinas do Golan para levar a luz de Chanuca e outras mitsvot aos residentes de muitas das pequenas comunidades espalhadas por lá. Depois de uma longa tarde e noite de trabalho duro e de sucesso, quando estavam retornando para casa, se aproximaram da saída da rodovia para a cidade de Hatzor - 15 minutos antes de Sfat.

Decidiram ao grande shopping center perto daquela saída, para espalhar a luz de Chanuca por lá também. Ao passar por vários estabelecimentos , de uma loja para outra, eles chegaram a uma onde viram posicionada numa prateleira perto da janela de vidro, uma Chanukiá, preparada com o número apropriado de velas para aquela noite, mas ainda apagada, como se estivesse esperando apenas por eles.

Os alunos entraram juntos. Imediatamente a lojista se aproximou e os acolheu com grande alegria. "Eu estava rezando para que vocês viessem. Eu sei que as luzes de Chanuca trazem bênçãos para o meu negócio. Eu nunca deixaria a chanukiá ficar apagada, nem mesmo uma noite", acrescentou entusiasmada.

Os adolescentes ficaram intrigados. "Já é tarde da noite. Por que a senhora esperou tanto tempo para alguém vir? Por que a senhora não acendeu as velas simplesmente?"

"Porque", ela sorriu, "eu não sou judia. Eu sou uma mulher drusa", ela continuou. "Eu moro na aldeia drusa de Tuba az-Zanghariyya."

Os meninos não só ficaram surpresos com a resposta dela, mas ficaram mais confusos do que antes. "Por que as luzes de Chanuca são tão importantes para a senhora se não é judia?"

Ela explicou para eles longamente e com grande sinceridade porque a iluminação da Chanukiá lhe era tão. Pelo conteúdo de suas palavras, os estudantes da yeshivá perceberam instantaneamente que as luzes não eram apenas uma "ajuda" para seus negócios; era claro que ela estava bem ciente de que o cumprimento de um mandamento trazia um relacionamento maior com o Todo Poderoso, com o Criador de tudo.

De fato, a sensibilidade espiritual revelada na sua resposta levou os rapazes a suspeitar que talvez ela tivesse uma conexão com o Judaísmo além da mitsvá de Chanuca. Eles começaram a questioná-la sobre seu passado. Não demorou muito para verificar que estavam certos. Em resposta a sua primeira pergunta sobre sua família, ela inocentemente revelou que sua mãe era judia. (No mundo muçulmano, o status religioso segue o pai, então ela nunca imaginou que ela mesma era judia, de acordo com a lei judaica).

“Deve ser,” eles acrescentaram, “que seu forte compromisso em ter uma chanukiá acesa nas oito noites de Chanuca, a cada ano, era causado por sua alma divina, sua neshamá (alma) judaica procurando se expressar.”

Sua reação foi de pura felicidade. Com grande emoção, ela proclamou que diria a todos os seus irmãos que ela era judia e que eles também eram. Ela agradeceu aos rapazes emocionada. Naquela noite, a chanukiá da loja foi acesa e as bênçãos foram pronunciadas por uma judia orgulhosa, pronta para fazer sua parte dentre o povo judeu.


A cidade de Tuba az-Zanghariyya fica a menos de meia hora de carro de Tsfat e ainda mais perto de Hatzor. Está localizado perto de Kfar Nassi.