D'us transmitiu diretamente a Moshê não somente os cinco livros da Torá, mas também os livros dos Profetas, as Escrituras e a Lei Oral.

NEVIIM - Profetas

Os livros dos Profetas incluem: Yehoshua, Shofetim (juizes), Shemuel I e II, Melachim (Reis) I e II, Yirmiyáhu, Yechezkel, Yeshayáhu e Trê-Assar (os 12 livros dos profetas menores): Hoshea, Yoel, Amos, Ovadiá, Yoná, Michá, Nachum, Chabacuc, Tsefanyá, Chagai, Zecharya, Malachi.

Ao todo, tivemos 48 Profetas e 7 Profetisas cujas profecias foram registradas devido à sua importância. Em adição a estes, houve profetas em Israel a cada geração, mas pelo fato de suas profecias terem sido restritas apenas ao seu tempo, elas não foram registradas.

KETUVIM - As Escrituras Sagradas

Estas incluem os livros de Ruth, Tehilim (Salmos), Iyov (Job), Mishlê (Provérbios), Cohêlet (Eclesiastes), Shir Hashirim (Cântico dos Cânticos), Echá (Lamentações), Daniel, Ester, Ezra (que contém o livro de Nechemya) e Divrê Hayamim (Crônicas) I e II. Todos esses livros foram escritos por um ou outro de nossos profetas através de inspiração Divina.

A LEI ORAL - Messorá

Somando-se aos preceitos, mandamentos e proibições escritos na Torá, D'us ensinou a Moshê mais leis, que ele deveria memorizar e transmitir oralmente a seus sucessores, que por sua vez deveriam manter essa tradição de geração a geração (daqui origina-se a palavra "Messorá", que significa "transmitir").

A Messorá inclui tudo aquilo que Moshê aprendeu com D'us mas não escreveu, apenas transmitiu oralmente a seus sucessores. Essa tradição passou de geração a geração na seguinte ordem:

Moshê a passou a Yehoshua, Yehoshua (2488) aos anciãos e juízes, os anciãos (2516-2839) aos Profetas, os Profetas (2830-3350) aos Homens da Grande Assembléia (3370-3400) durante o exílio babilônico. Entre os últimos sábios da Grande Assembléia estava Shimon, O Justo (que foi também Sumo-Sacerdote no segundo Templo), o qual passou a tradição à Antigonos de Socho (3460).

A Torá Oral foi então transmitida seguindo esta ordem: Yosê ben Yoezer e Yosê ben Yochanan (3500) - Yehoshua ben Perachya e Nitai o arbelita (3560) - Yehuda ben Tabai e Shimon ben Shetach (3621) - Shemaya e Avtalyon (3722) - Hilel e Shamai (3728) - Raban Shimon ben Hilel e Rabi Yochanan ben Zacai (3768) - Raban Gamliel ben Raban Shimon e os discípulos de Rabi Yochanan ben Zacai: Rabi Eliezer, Rabi Yehoshua ben Chananya, Rabi Yossê Hacohen, Rabi Shimon ben Netan'el e Rabi Elazar ben Arach (3800) - Raban Shimon ben Raban Gamliel e Rabi Akiva (3810) - Raban Gamliel (II) ben Raban Shimon e os discípulos de Rabi Akiva: Rabi Nechemya, Rabi Shimon bar Yochai, Rabi Elazar ben Rabi Shimon, Rabi Meir, Rabi Yehudá, Rabi Elazar ben Shamua (3828) - Raban Shimon (II) ben Raban Gamliel (3881) - Rabi Yehudá Hannassi ben Raban Shimon (3910), conhecido como Rabênu Hacadosh, "nosso santo Rabi" ou simplesmente "Rebi".

A MISHNÁ

De Moshê até Rabênu Hacadosh, as leis orais foram assim aprendidas de cor e passadas de geração a geração oralmente. Rabi Yehudá, entretanto, percebeu que por causa das crescentes dificuldades e perseguições, os judeus poderiam, não ser capazes de reter na memória todas aquelas leis tradicionais, e decidiu registrá-las. Sendo um grande estudioso, e também um homem de recursos consideráveis, ele reuniu à sua volta os maiores eruditos do seu tempo e registrou todas as leis tradicionais e as interpretações da Torá que eles haviam aprendido de seus mestres.

Ele organizou todo este vasto conhecimento em seis seções:

1. Zeraim - "Sementes" - as leis ligadas à agricultura; 2. Moed - "Estação" - leis de Shabat e dos Festivais; 3. Nashim - "Mulheres" - as leis do casamento, etc; 4. Nezikin - "Danos" - as leis civis e criminais; 5. Codashim - "Coisas Sagradas" - as leis dos sacrificios; 6. Taharot - "Purezas" - as leis sobre pureza.

Cada seção foi subdividida em tratados, cada tratado em capítulos, e cada capítulo em Mishnayot.

A GUEMARÁ

As Mishnayot foram escritas de maneira muito concisa, sem discussões ou argumentações. Os discípulos de Rabênu Hacadosh as discutiram mais tarde e examinaram estas Mishnayot detalhadamente. Os grandes eruditos que viveram após a redação e conclusão da Mishná, que estudaram, examinaram, discutiram e interpretaram as Mishnayot, foram chamados "amoraim" que significa "mestres" ou "intérpretes". Desta maneira as Mishnayot foram estudadas nas grandes yeshivot de Israel e da Babilônia durante cerca de 400 anos, após a destruição do Segundo Templo.

Finalmente, Rav Ashi (4127), um dos grandes eruditos de seu tempo, percebendo que os crescentes problemas e sofrimentos do povo judeu poderiam fazer com que muitas das leis e interpretações que haviam sido passadas de geração a geração fossem esquecidas, decidiu escrevê-las. Juntamente com Ravina e outros líderes das yeshivot na Babilônia, compilaram a Guemará - o Talmud Bavli - obra sagrada, estudada até hoje. Grandes estudiosos em Israel por sua vez, já haviam compilado o Talmud Yerushalmi, obra esta também sagrada e estudada em todos os tempos.

RABANAN SEVURAI (4260-4350)

Por este nome, foram chamados os eruditos que viveram após a redação e término da Guemará. Eles não adicionaram nem subtraíram nada do Talmud; apenas se esforçaram por entender e interpretar a Guemará.

GUEONIM (4349-4798)

Os grandes eruditos, sucessores dos Rabanan Sevurai, eram chamados Gueonim. Por muitos anos, lideraram as grandes academias da Babilônia. O último deles foi o Rav Hai Gaon.

RISHONIM E ACHARONIM Os "Primeiros" e os "Últimos" Codificadores (4773-5335)

Após os Gueonim, viveram os grandos eruditos: Rabênu Chananel, Rabi Yitschac Alfasi, Rabênu Gershon Meor Hagolá ("Luz da Diáspora"), Rabi Yossef iben Migash, Rashi (Rabi Shelomô Yitschaki), Rambam (Maimônides) e outros. Rashi alcançou projeção eterna por seus comentários sobre a Torá e o Talmud, sem os quais seriam praticamente incompreensíveis hoje em dia; Maimônides destacou-se pela obra Mishnê Torá - a codificação de todas as leis da Torá. Os netos de Rashi, juntamente com outros grandes sábios eruditos de seu tempo, compilaram as explicações profundas sobre o Talmud, chamadas de "Tosfot".

Vários entre os grandes eruditos dos anos posteriores reuniram as decisões finais e acordos sobre as leis em disputa, codificadas pelos rishonim e as organizaram. O mais notável dentre eles foi o autor dos "Turim", Rabi Yaacov ben Asher. Mais tarde, Rabi Yossef Caro reexaminou e reformulou as decisões legais, organizando-as em sua famosa obra, o Shulchan Aruch.

Em cada geração surgiram grandes eruditos, cujo conhecimento da Torá servia como um imenso facho de luz sobre Israel.