Um dos locais mais famosos de propriedade real sobre a terra é a Gruta de Machpelá (também conhecida como a “Caverna dos Patriarcas”) ao sul da cidade israelense de Hevron.
Machpelá significa “dobrado” em hebraico. Um motivo é que quatro casais de prestígio estão enterrados aqui. Adam e Chava, Avraham e Sara, Yitschac e Rivka, e Yaacov e Lea. (Nossa matriarca Rachel foi enterrada em outro local).
Significado Espiritual da Gruta dos Patriarcas
Durante a longa e penosa jornada da nossa nação no decorrer da história, os sagrados locais de descanso de nossos justos antepassados têm servido como oásis espirituais. O loca de descanso de nossos Patriarcas e Matriarcas, os fundadores da nossa nação, têm sido um local onde os judeus vão para rezar desde os tempos antigos.
No primeiro momento, a Torá nos diz que Caleb, um dos doze sentinelas que Moshê enviou para reconhecer a Terra de Canaã, fez uma viagem pessoal a Hevron. O Talmud relata que ele desejava rezar na gruta onde Avraham, Sara, Yitschac, Rivka, Yaacov e Lea estão enterrados. Ele implorou aos Patriarcas e Matriarcas para intercederem com D'us para ter misericórdia sobre sua alma, e salvá-lo de sucumbir à trama do mal engendrada pelos outros espiões.
Este é um modelo que seguimos até hoje quando visitamos os túmulos de pessoas sagradas para invocar a misericórdia de D'us em tempos difíceis.
O Zohar relata que a Gruta de Machpelá é especial não em virtude daqueles que ali descansam, mas porque é a entrada para o Jardim do Éden. Adam, o primeiro homem, reconheceu a unicidade do local quando viu um raio de luz emanando de lá. Portanto ele cavou a gruta como um túmulo para si mesmo e sua esposa. Depois que Adam e Chava foram enterrados ali, a luz foi escondida.
Anos depois, Avraham descobriu o segredo novamente quando tropeçou em cima da gruta. Ele decidiu que queria ser enterrado ali, também, na entrada do Jardim do Éden.
Nossas preces hoje, especialmente neste local sagrado, a entrada para o mundo das almas, podem despertar nossos pais e mães a rezar novamente por nós.
História de Me’arat Hamachpelá
Conforme é relatado em Bereshit, Avraham comprou a gruta e o campo ao redor como local para enterrar sua esposa, Sara, tornando-o o primeiro pedaço de terra na Terra Santa a se tornar posse legal do povo judeu. Isso ocorreu em 1677 AEC.
Avraham, quando morreu, foi enterrado ali, também, e Yitschac e sua esposa, Rivca. Lea foi enterrada no local, e antes que Yaacov morresse no Egito, em 1523 AEC, ele fez Yossef prometer que o tiraria do Egito e o enterraria com seus pais na Gruta de Machpelá. E de fato, eles fizeram uma jornada especial para realizar seu desejo.
194 anos mais tarde, um ano após os judeus deixarem o Egito, Caleb tornou-se o primeiro judeu registrado a fazer a jornada ao local de repouso deles. Ele foi seguido por incontáveis outros no decorrer dos tempos.
A grande pedra imposta que hoje fica acima da gruta foi construída por Herodes no 1º Século AEC. (Na verdade, este edifício, com paredes de pedra com 2 metros de espessura, é a única estrutura herodiana totalmente intacta.)
A gruta onde estão nossos Patriarcas e Matriarcas está abaixo dessa estrutura. Por volta de 1490, o acesso à gruta foi fechado, e permanece fechado até hoje.
Como descendentes de Ishmael, filho de Avraham, os árabes também reverenciam o local do túmulo de Avraham. Não se sabe exatamente quando eles construíram pela primeira vez uma mesquita dentro dos muros herodianos. O complexo foi invadido pelos cruzados em 1100, mas menos de cem anos depois, foi convertido novamente numa mesquita.
No século 14, os governantes muçulmanos proibiram os judeus de entrarem no local, mas eles tinham permissão de se aproximar até o quinto degrau numa escada ao lado sudeste. A certa altura, isso foi mudado para o sétimo degrau.
Há séculos tem havido uma comunidade judaica em Hevron. No decorrer das gerações, os judeus rezavam na Gruta de Machpelá, mesmo se pudessem apenas ir até o sétimo degrau. Esta antiga comunidade judaica foi destruída no massacre de 1929 quando os árabes destruíram o bairro Judaico e assassinaram muitos judeus, O governo britânico então forçou todos os sobreviventes a deixarem a cidade.
Após a Guerra dos Seis Dias, a área ficou sob controle israelense e a restrição limitando judeus até o sétimo degrau finalmente foi suspensa. Os judeus se mudaram de volta para Hevron, e uma sinagoga foi restabelecida na Gruta de Nossos Patriarcas.
A Gruta dos Patriarcas Atualmente
Em 1995, o Acordo Wye River deu à administração muçulmana o controle da maior parte da Gruta de Machpelá, incluindo toda a seção sudeste, que contém os monumentos de Yitschac e Rivka (Ohel Yitschac). Essa é também a área que contem a única entrada conhecida para a Gruta, e que possivelmente está diretamente sobre a própria Gruta. Os judeus rezam nas outras seções do edifício na maior parte do ano, e somente podem visitar o Ohel Yitschac dez dias por ano. Um desses dias é o Shabat de Chaye Sara, quando lemos a porção da Torá que descreve a compra feita por Avraham da Gruta. Dezenas de milhares de visitantes se juntam em Hevron durante este fim de semana para passarem juntos este Shabat.
A Gruta de Machpelá é aberta todos os dias para turistas e visitantes. Muitos ônibus blindados viajam todos os dias das principais cidades de Israel para Kiryat Arba, a comunidade judaica adjacene. Alguns continuam até a área judaica de Hevron e a Gruta de Machpelá. Se você deseja caminhar de Kiryat Arba até Hevron, é aconselhável fazê-lo com um guarda armado.
Uma estadia no Shabat em Hevron, ou na comunidade judaica de Kiryat Arba, é uma experiência realmente linda e animadora. As preces na sexta-feira à noite na sinagoga da Gruta de Machpelá são surpreendentemente lindas. Passar tempo no mais sagrado dos locais entre todos os diferentes tipos de judeus é realmente inspirador. Se você precisa de acomodações no Shabat ou se algum tipo de ajuda enquanto está em Hevron, entre em contato com Rabi Danny e Batsheva Cohen, o caloroso casal que dirige as operações Chabad nessa cidade sagrada. Clique aqui para contactá-los.
Fatos Sobre Me’arat Hamachpelah
- Segundo o Midrash, Avraham que era um morador de Hevron, teve um encontro sobrenatural na Gruta de Machpelá. Foi após sua circuncisão, e ele estava recebendo três anjos (disfarçados como seres humanos) como convidados. Um bezerro que ele queria servir a eles fugiu, e enquanto corria atrás dele, ele tropeçou nessa gruta, ele reconheceu os túmulos de Adam e Chava. Velas foram acesas e havia uma fragrância especial. Ele viu a entrada para o Jardim do Éden.
- Ninguém jamais foi às Grutas dos Patriarcas que ficam no fundo. Diz a lenda que nenhum daqueles que ousaram fazer isso retornou. Somente um judeu, Rabi Avraham Azulai, o cabalista conhecido como o “Chessed l’Avraham”, é conhecido por ter descido até a gruta e voltado vivo. A história ocorreu há cerca de 300 anos.
O Sultão Turco tinha erradamente deixado cair sua espada na Gruta. Após alguns soldados do sultão descerem ali para recuperá-la, somente para morrer ali embaixo, o Sultão ordenou à comunidade judaica para suprir um voluntário que recuperaria a espada, caso contrário, todos eles seriam mortos. Rabi Azulai, que então era idoso, solucionou o dilema se oferecendo como voluntário para descer. Quando ele recuperou a espada com sucesso, os judeus de Hevron celebraram. Durante os sete dias e noites seguintes Rabi Azulai passou ensinando segredos cabalísticos aos seus alunos. Uma semana depois que ele tinha descido à gruta, ele morreu e foi enterrado no cemitério judaico de Hevron. - Segundo fontes do Midrash, quando Yaacov faleceu, Esav tentou deter os filhos de Yaacov de enterrar o pai na Gruta de Machpelá. Enquanto o fugaz Naftali correu ao Egito para recuperar documento da Gruta de Machpelá para provar sua posse, o filho surdo e mudo de Dan, Hushim, viu a comoção e cortou fora a cabeça de Esav. Ela rolou para a gruta e foi descansar aos pés de seu pai Yitschac, onde permanece enterrada até hoje.
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