O judaísmo considera uma pessoa morta somente quando seu coração e cérebro cessaram completamente de funcionar. Antes disso, ela é considerada viva, mesmo estando agonizante ou em estado de coma. Nada pode ser feito para apressar o seu fim, ao contrário; deve-se fazer todas as tentativas médicas possíveis para mantê-la viva e salvá-la. 

É considerado um ato de extrema bondade permanecer junto a uma pessoa nessas condições, não permitindo que ela deixe este mundo estando sozinha. Não se deve permanecer parado atrás de sua cabeça e nem ao lado de seus pés. É proibido tocar em um moribundo.

Amigos e familiares que não conseguem controlar o choro devem ser retirados do recinto e aguardar do lado de fora.

Costuma-se rezar junto ao leito para trazer consolo espiritual àquele que está prestes a partir, no caso de ainda ser capaz de ouvir as palavras sagradas, ou como um “acompanhamento” para a alma que se separa do corpo, no caso em que já tiver perdido a consciência.

(Fonte: Chevra Kadisha- SP)
Abaixo, orientações do Livro “Os Últimos Momentos”

  1. Uma pessoa que está agonizando, que se encontra nos últimos momentos de vida, ainda é considerada viva sendo totalmente proibido, e é considerado homicídio, fazer qualquer coisa que aproxime o momento de sua morte. Neste momento não se deve nem mesmo tocá-la, (a não ser para tentar salvar sua vida ou curá-la) nem mesmo retirar o travesseiro debaixo de sua cabeça, ou fazer qualquer preparação para sua morte. 
  2. Antes da morte, é uma grande mitsvá a pessoa que se aproxima da morte se arrepender de todas falhas cometidas em vida, e recitar uma confissão especial chamada Vidui, pedindo a D’us que a perdoe. Todo aquele que faz esta confissão tem garantido seu quinhão no mundo vindouro. Se a pessoa não tem condições de falar muito, ou não sabe como falar, deve pelo menos dizer: “Seja minha morte a Capará (expiação, perdão) de todos os meus pecados”. Deve-se pedir perdão também para todas as pessoas que lhe fizeram qualquer mal. Costuma-se falar também o primeiro versículo do Shemá Yisrael, e outros versículos, como na saída de Yom Kipur.
  3. Quando já se nota que está prestes a morrer, não se deve deixá-la a sós, já que a alma sofre quando falece sozinha. Se possível, deve-se ter dez pessoas na hora do falecimento. Não se deve ficar próximo do pé da cama nesta hora. É muito importante a presença dos filhos neste momento, porém todos devem tomar o máximo de cuidado de não chorar ou gritar nesta hora. Quem não consegue segurar o choro, não deve estar presente neste momento. Os presentes não devem se ocupar de assuntos vãos, mas devem neste momento se ocupar em estudar Torá, recitar Tehilim e outras preces.
  4. Se possível, costuma-se acender velas no local, um pouco distante do doente, para que quando falecer já tenham velas acesas. Se for possível, deve-se deixar as janelas abertas. Deve-se tomar um cuidado especial para que nenhum membro esteja fora da cama na hora do falecimento. Para isto, pode se colocar cadeiras ou outros objetos em volta da cama para impedi-la de colocar o pé ou a mão fora da mesma. 
  5. Não se faz nenhuma preparação para o enterro, antes do falecimento. Não se preparam as mortalhas, não se chama a Chevra Kadisha, não se rasga as roupas, não se prepara o caixão, e muito menos, não se cava a sepultura, antes do total falecimento.