Pergunta:

Por que Rosh Chodesh, a data que marca a entrada de um novo mês judaico, é considerado um “feriado das mulheres”?

Resposta:

Na verdade, embora o semi-feriado de Rosh Chodesh seja celebrado por homens e mulheres, há uma conexão especialmente feminina com o dia. Isso se expressa no fato de que as mulheres se abstêm de certas formas de trabalho nesse dia.

A conexão especial entre mulheres e Rosh Chodesh remonta ao episódio do Bezerro de Ouro, quando as mulheres não quiseram participar no esforço de “levantamento de fundos” e se recusaram a entregar suas joias para usar na confecção do ídolo. Como recompensa, elas receberam Rosh Chodesh como um dia que observam mais do que os homens (Tur, Orach Chaim, 417).

O Rebe discorre um pouco a esse respeito, e explica que a não participação das mulheres veio da sua fé maior. Embora elas tivessem passado mais de dois séculos no Egito assolado pela idolatria, um fato que explica por que os homens cederam tão facilmente quando previram problemas, a fé das mulheres permaneceu inabalável, e elas consideram a ideia de fazer um ídolo totalmente impensável.

O Rebe continua a explicar que tudo no Judaísmo é baseado nesta forte fé, e embora às vezes a fé possa se tornar “imprecisa”, são as mulheres que, em toda situação, permanecem firmes na fé e a transmitem aos seus filhos – as futuras gerações (veja Likutei Sichot vol. 8 pág. 315 ff). Talvez isso explique a conexão especial com Rosh Chodesh.

Rosh Chodesh celebra a renovação mensal da lua, depois que esta diminui até chegar ao ponto do desaparecimento. Assim Rosh Chodesh celebra o conceito da perpetuidade – apesar dos altos e baixos da vida. E é a mulher que – pela sua fé inabalável – assegura a sobrevivência da nossa nação; é ela que garante que não importa o quanto cheguemos a diminuir, sempre seremos renovados.