Halachá Diária, por Kolel Rio
Ao fazer Keriat Shemá (Leitura do Shemá), deve-se ter kavaná (concentração e atenção) de que se está lendo os dizeres do Rei Criador do universo. Além disso, deve também haver um esforço para considerar e sentir como se a leitura das palavras fosse inaugural, apesar de serem trechos bem conhecidos, já que são lidos diariamente.
A pronúncia das palavras – e até de cada letra – deve ser minuciosamente correta, tanto ao recitar o primeiro versículo quanto ao ler os três capítulos que compõem o Keriat Shemá. Por exemplo, não confundir letras com pronuncias parecidas: א – ע ou כ – ח . A pessoa deve ouvir as palavras que recita, embora aquele que acabou por não proceder desta forma tenha cumprido sua obrigação. Quem, porém, apenas leu, sem emitir a voz, não cumpriu a obrigação do Keriat Shemá.
Na leitura do Shemá estão contidos os fundamentos da fé e das mitsvot (preceitos) que o povo de Israel deve cumprir. Essa leitura, que é uma mitsvá da Torá, proporciona à pessoa que a cumpre e ao mundo todo vida e cura. Foi a isto que se referiram os nossos Sábios quando disseram que há 248 palavras no Keriat Shemá, o mesmo número de órgãos que há no corpo humano. É como se cada órgão fosse curado por cada palavra do Shemá.
Na prática, há 245 palavras no Keriat Shemá. Para completar a conta dos 248 órgãos, o chazan (cantor) acrescenta ao fim da leitura, em voz alta, as palavras “Hashem Elokeichem Emet”. Quem reza sozinho deve pronunciar, antes do Keriat Shemá, as palavras “El Melech Neeman”. Os sefaradim costumam, no entanto, mesmo ao rezarem sem minian (10 homens), repetir o trecho “Hashem Elokeichem Emet”.
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