por Rabino Shabsi Alpern

A festa de Chanucá gira em torno do pequeno pote de azeite. Após derrotar os gregos, os macabeus entraram no Templo Sagrado com a intenção de reinaugurá-lo. Mas não encontraram azeite puro para acender o candelabro. Finalmente acharam aquela ânfora selada que, em vez de durar um dia, ardeu por oito, até que fosse possível produzir azeite novo e puro. Os gregos, maliciosamente, burlaram o selo de todo o azeite deixando-o impuro para o acendimento da menorá.

A pergunta óbvia é por que simplesmente não entornaram todo o azeite ou por que não quebraram a menorá. Assim, alcançariam seu objetivo de forma mais permanente.

A resposta é simples: para os gregos não importava o acendimento da menorá, mas apenas que fosse feito com “azeite grego”. Esse é exatamente o problema de Chanucá hoje. Acendemos nossa menorá, mas cada vez mais, usamos azeite “estranho”.

Distribuímos os presentes tradicionais, saboreamos os deliciosos sonhos e jogamos pião. Mas o preocupante é que à medida que os anos passam, observamos mais e mais elementos alheios à festa. Lentamente Chanucá está se transformando na versão judaica da festividade de outros povos que coincide com a época.

Os cartões de Chanucá e toda a parafernália à disposição nesse período lembram claramente outra data. Como é triste saber de escolas que “reúnem” as duas festas para agradar pais e alunos, cantando músicas das duas religiões! Será que não estamos fazendo exatamente o que os gregos antigos queriam que fizéssemos? Não estaríamos acendendo nossa menorá com azeite “estranho”?

A festa de Chanucá comemora a luta dos nossos ancestrais contra a imposição da cultura e religião grega. Em vez de ceder, eles guerrearam e ganharam o direito de viver e praticar a própria religião em liberdade plena. Não joguemos fora, pela assimilação, aquilo que eles conseguiram às custas de suas próprias vidas. Acendamos nossa menorá usando o nosso azeite, puro e sagrado.