Faltava pouco tempo para o meu casamento e, como de costume para uma noiva, eu estava me preparando para ir ao micve pela primeira vez.

A primeira vez que uma noiva vai ao micve é, obviamente, especial, mas o que era ainda mais especial sobre isso era ser uma experiência que seria compartilhada por três gerações de mulheres.

Há um ano, minha avó, minha mãe e eu viajamos a Israel para um casamento de uma amiga da família. Durante aquele tempo, todas fomos até um micve para celebrar uma festa com a noiva antes do seu casamento. Para minha surpresa, eu soube que minha avó britânica nunca tinha ido a um micve antes de seu casamento, e jamais tinha visto um! Perguntei à atendente do micve se ela poderia nos dar um tour, e ela ficou contente em poder nos mostrar tudo por ali.

À medida que fazíamos a visita, minha avó ficava cada vez mais fascinada por este costume antigo e lindo, e fez muitas perguntas sobre quando, onde e como o micve é usado. A atendente nos informou que, na verdade, a mitsvá do micve pode ser cumprida uma vez por mulheres mais velhas que não tiveram a oportunidade de fazê-la quando eram mais jovens.

Eu ainda não estava interessada mas, sem hesitação, olhei para minha avó e perguntei: “Vovó, quando eu me casar, quer participar comigo da mitsvá do micve?” E para minha surpresa, ela respondeu: “Sim.” Quando viajamos de volta aos Estados Unidos, guardei a promessa dela no fundo da mente.

Apenas quatro meses depois conheci meu futuro marido, e logo começamos a planejar o casamento, graças a D'us. A mitsvá do micve estava rapidamente se transformando em realidade, e entendi o quanto esse dia seria especial. Quando eu conversava com minha mãe sobre os planos do casamento, soube que minha mãe não tinha ido a um micve desde seu próprio casamento em Israel, há mais de 25 anos. Então, dei mais um passo: “Mamãe, quer ir ao micve conosco?”

“Claro”, disse minha mãe, “planejo estar lá com você.”

“Não, Mamãe,” eu disse, “não apenas estar lá, mas sim participar conosco da mitsvá do micve.”

Houve uma pequena pausa ao telefone, e então mais uma vez um firme “OK, tudo bem, vou fazer isso.” Eu não podia acreditar: minha mãe e minha avó partilhando juntas a mitsvá do micve!

À medida que eu aprendia mais sobre o micve, vi que havia mais preparativos do que eu imaginava. Além do mergulho nas águas, havia vários passos a serem dados antes, todos necessários para completar a mitsvá. Eu me perguntei como poderia abordar tudo isso com minha avó e minha mãe para que elas concordassem em continuar. Decidi conversar com a rebetsin da minha cidade, e ela gentilmente concordou em nos encontrar e orientar sobre as etapas necessárias ao preparo para aquele dia, Mais uma vez, houve outra bênção revelada, e minha avó e minha mãe estavam a bordo sem hesitar.

À medida que se aproximava a semana anterior ao meu casamento e três gerações de mulheres se preparavam para usar o micve, telefonei para um micve local para reservar três salas separadas. “Sim, três”, repeti ao telefone. “Uau! Estava realmente acontecendo. Chegou o grande dia, encontrei minha avó e minha mãe, e juntas subimos os degraus do micve. A atendente foi bastante gentil enquanto nos mostrava aonde ir e o que fazer em seguida. Então, finalmente chegou a hora de entrar. Primeiro, a atendente acompanhou minha avó; depois foi a vez da minha mãe.

Enquanto eu esperava na minha sala, lágrimas rolavam pela minha face enquanto eu dava um dos maiores sorrisos da minha vida. Eu estava começando a entender o quanto a mitsvá do micve é realmente poderosa, e percebi que estava vendo milagres revelados. Estava empolgada por tomar parte naquilo. Cada uma de nós emergiu das águas comovida pela santidade que tínhamos acabado de vivenciar. Juntas, refletimos sobre os incríveis momentos e a calma interior e a serenidade que nos invadiram enquanto rezávamos e nos conectávamos com Aquele acima.

Foi um dia tão especial – que jamais esquecerei – e agradeço a D'us muitas vezes por me permitir ter aquela experiência, e partilhar uma mitsvá tão integral com as gerações das mulheres em minha família.

Depois da minha experiência, eu estava mais do que preparada para entrar no meu casamento e começar uma família com meu futuro marido, tendo a eterna mitsvá do micve como nosso alicerce.