Por Rabino Arieh Raichman, Diretor Chabad Manaus - Fonte: Igueret Kodesh Vol. 29/1213
Certa vez, visitei um membro da comunidade e fui perguntado se Chabad é sefaradi ou ashkenazi. Respondi que a pronúncia do hebraico é como ashkenazi, mas grande parte do texto da oração e costumes são similar aos sefaradi.
A resposta recebeu a aprovação pelo autor da pergunta, mas a questão ainda me incomodava. Que diferença faz se alguém é sefaradi ou ashkenazi? O importante é viver uma vida judaica, cumprir a Torá e Mitsvot que todos os judeus (independentemente de serem sefaradim ou ashkenazim) precisam fazer.
A nação judaica passou por períodos difíceis de pogroms, exílios, conversões forçadas e do holocausto. No entanto, o que sobreviveu foi a nossa Torá e Mitsvot. Outros conceitos (como terra judaica, língua judaica etc.) em algumas épocas eram dominantes em nossas vidas, em outras simplesmente desapareceram. Houve um tempo em que não podíamos viver em Israel, mas mantivemos nosso judaísmo fora da Terra Santa. Muitos dialetos judaicos falados no passado desapareceram, mas não nossas mitsvot. Isso mostra que a base da imortalidade judaica depende da Torá e seu cumprimento.
Se olharmos na nossa história (Divrei Hayamim), existiram grupos que se desviaram da fundação adequada. Assimilaram-se ou não existem mais, ou retornaram ao caminho correto que seus avós lutaram para manter. É difícil pensar no futuro, mas devemos. O que será de sua futura prole? Será que vamos apenas dizer-lhes que são de descendência sefaradi ou ashekanzi, ou iremos ensiná-los a viver suas vidas como judeus estudiosos e cumpridores da Torá e seus preceitos? Temos a obrigação de ligar nossos avós aos nossos netos. Podemos não falar a mesma língua ou nos vestirmos como eles, mas o que para sempre nos conectará é a fonte da vida, a Torá. Que possamos abraçar a Torá e recebê-la com alegria todos os dias de nossa vida!
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