“Noventa por cento dos meus alunos,” disse-me o diretor de uma universidade local, “são relativistas morais.”
O Relativismo Moral, que é praticamente a religião oficial do colegiado nos Estados Unidos, afirma que não existe essa história de padrões morais supremos, que a moralidade de cada sociedade é relativa às próprias influências culturais e históricas. Segundo essa opinião, não há comportamento que possa ser universalmente errado. O relativista moral poderia acreditar pessoalmente que uma determinada conduta está errada, mas não pode dizer que o mesmo se aplica a outros.
Em contraste, o Absolutismo Moral é a crença de que há padrões morais universais pelos quais os comportamentos podem ser julgados. Na verdade, o absolutismo moral argumenta que a prevalência do relativismo moral entre a juventude educada de um país é uma ameaça existencial à sociedade civilizada que a America se orgulha de ser. No momento em que acreditamos que nossos próprios valores e moral podem ser negociáveis em outras sociedades e culturas, o imperativo de conservar esses valores em nossa sociedade é bastante reduzido. Consequentemente, os próprios alicerces da nossa sociedade estão ameaçados.
Porém, o absolutismo moral vem com sua própria carga de perigos. Orgulhamo-nos de ser uma sociedade na qual cada indivíduo pode tomar as próprias decisões sobre questões de consciência. Como esses direitos valeriam numa sociedade onde o absolutismo moral é deixado de lado?
Na verdade, o conflito entre o Islã radical e a democracia ocidental liberal segue linhas semelhantes. O Islã radical gostaria de impor sua visão moral sobre os outros, e as democracias estão lutando pelas liberdades individuais.
Escolher entre absolutismo moral e relativismo moral parece como ter de decidir entre dois males de igual intensidade. Se o relativismo moral leva ao caos e o absolutismo moral é tirania, o que nos resta?
A notável resposta do Judaísmo a este dilema é tanto equilibrada como instrutiva. O Judaísmo vê a moralidade como absoluta. Porém, embora haja muitas leis e normas morais pelas quais se espera que o judeu viva, sua moralidade universal – as leis que o Judaísmo acredita devam aplicar-se igualmente a todos os povos e culturas – são bastante básicas. Denominadas de Sete Leis Noahidas, as seis primeiras são proibições de assassinato, roubo, adultério, crueldade com os animais, idolatria e blasfêmia.
Assim, o Judaísmo é minimalista e não imperialista sobre a aplicação dos padrões morais judaicos sobre outros. Em vez de apresentar ao mundo um livro de leis, institui a sétima Lei Noahida, declarando que o sistema de justiça deve ser estabelecido em cada civilização. Em outras palavras, cada sociedade deve decidir, pelo próprio sistema regulador de justiça, quais leis morais adicionais, além das seis Noahidas fundamentais, devem ser impostas sobre si mesma.
Ao limitar o número das leis morais absolutas universais às seis básicas, e então mandando cada cultura instituir as outras como julgar apropriado, o Judaimso traça um meio caminho entre relativismo moral e absolutismo moral. Claramente, sem um mínimo de princípios morais incontroversos, uma sociedade não tem fundações morais sobre os quais se apoiar. Porém, naquelas fundações, cada sociedade, traçando suas distintas influências culturais e históricas, deve decidir sobre os aspectos morais que confrontam sua navegação da vida civil no dia-a-dia.
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