Para Chaya Koslovsky, a India é marcada por extremos: extremo calor, odores extremos e extremo choque cultural para um israelense nativo. Acrescente a isso as diferenças aparentemente extremas daqueles sentados ao redor da mesa em seu primeiro Shabat em Mumbai, onde ela e seu marido, Rabino Israel Koslovsky, são os novos co-diretores do Centro Chabad-Lubavitch.
“Há empresários americanos, mochileiros israelenses, mercadores de diamantes belgas, um local da comunidade judaica indiana, e o supervisor casher de Monsey, Nova York – todos esses extremos sentados ao redor da mesa,” diz ela.
O casal chegou há pouco tempo para ajudá-los com suas necessidades judaicas.
Para a festa de Purim, havia um eclético grupo de 60 pessoas, e em um Shabat cerca de 40 pessoas. Os indivíduos tinham de entrar em contato com os diretores do centro com antecedência para receber informação sobre o local, que por razões de segurança é mantido em segredo.
Koslovsky tem feito contato com a comunidade judaica, visitantes regulares ao país, e outros estudantes e rabinos Chabad que foram para lá a fim de cuidar do Centro Chabad local. No decorrer dos últimos meses o rabino aprendeu como abater ritualmente galinhas, uma necessidade num país sem infraestrutura casher de alimentos. Outros itens virão de Israel, e os viajantes com frequência levam caixas de comida para o país.
Os Koslovsky estão ali por um bom motivo. “A comunidade deseja crescer no Judaísmo,” diz ela. “A questão é qual a melhor maneira de fazer isso para eles.”
Eles estão trabalhando para fortalecer a sinagoga local Knesset Israel, onde Rabino Koslovsky lê a Torá e lidera as preces do Shabat quando necessário. Ele diz que não se sente tão fora do comum ao andar pelas ruas de Mumbai com suas roupas judaicas; afinal, “você não é o único a parecer diferente.”
No entanto, ele acrescenta, sua roupa não é apropriada para o clima de Mumbai. “Pode estar fazendo acima de 40 graus, e de repente, começa a chover. Minhas roupas de Shabat são destruídas, e preciso de um novo talit (xale de orações).”
O rabino diz que em breve, reiniciarão as aulas semanais e o programa de estudo da yeshivá aos domingos para os jovens locais. “É muito difícil fisicamente; espiritualmente, é ainda mais. Precisamos investir muito mais energia no programa, e esperamos atingir grandes metas.”
Ele diz que no topo de sua lista é consertar e pôr em funcionamento a Casa Nariman – onde Rabino Gavriel e Rivkah Holtzberg foram assassinados com outros quatro judeus no Beit Chabad em 2008.
Ao redor da mesa, a qualquer hora, numerosos idiomas podem ser ouvidos por um grupo eclético de pessoas, porém o rabino declara que algo une a todos: “Há este caldeirão de culturas; há uma interessante conexão entre todos. Cada um percebe que há muito mais que nos conecta do que nos separa. Aqui, todos dançam e cantam juntos. Isso é a verdadeira unidade judaica.”
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