Provavelmente uma das frases mais comentadas nessa última semana foi proferida pelo chefe da Capitania de Livorno ao Comandante do navio Costa Concordia que estava naufragando: “Vada a bordo!”
Em português esse comando pode ser traduzido como “vá para o navio” e, em hebraico como “bó el hatêvá”.
Como nada é por acaso, podemos aprender uma lição muito importante relacionada aos tempos que estamos vivendo e a essa semana em particular.
O navio mais famoso da história não foi o Costa Concordia, nem mesmo o Titanic, mas o navio que Noach (Noé) construiu por ordem Divina para sobreviver ao dilúvio com toda a sua família e representantes de todas as espécies do mundo. Antes de começar o dilúvio, D’us ordenou a Noach: “Vá para o Navio!” – “Vada a bordo!”
Diferentemente da tragédia ocorrida recentemente, Noach obedeceu ao comando! Como resultado, o navio resistiu à maior tragédia climática da história do mundo (muito mais do que uma rocha no fundo do mar ou um iceberg) e todos a bordo se salvaram sem que o navio naufragasse.
O Baal Shem Tov explica que a frase “venha para o navio” pode ser interpretada como “venha para as letras da Torá” (Têvá/Arca/Navio em Hebraico também tem o significado de ‘letras’).
Essa lição é fundamental para todos nós nos dias de hoje:
Se quisermos resistir a um naufrágio, se quisermos sobreviver num mundo onde chovem dificuldades, sofrimentos, contas para pagar, desemprego, problemas de saúde, drogas, etc... a solução é se proteger dentro das letras da Torá, que não se isola numa ilha, mas navega livremente nos mares do mundo flutuando e com sucesso!
Diferentemente do capitão do navio Costa Concórdia, Noach não só permaneceu dentro do navio o tempo todo junto com seus passageiros, como assegurou-lhes cuidados e bem estar e que houvesse condições para descerem em terra firme, junto com todos! Não houve nenhuma morte nem desaparecimento, nem mesmo sofrimento e angústia a bordo e na hora do desembarque o sucesso na operação de salvamento.
Além disso, em hebraico a palavra empregada é: “bó”, assim como na Porção da Torá dessa semana. Nesse caso, a tradução é “venha” para o navio, “venha” a bordo (não “vá para o navio”)! Na época de Noach, na época de Moshê da nossa Porção, e hoje também, D’us garante que está conosco e quando ordena algo Ele vem junto... não fica de fora!
“Venha a bordo”... Ele embarca junto conosco!
Moshê foi o grande capitão, símbolo do maior líder de todos os tempos (temos um representante de Moshé em cada geração). Na sua época, ele estava fora do Egito, fora do naufrágio do povo judeu, e sua tribo não estava escravizada como o resto do povo. No entanto, ele foi para o ‘navio que estava naufragando’, já no nível de impureza 49 dos 50 existentes, e salvou o povo integralmente, sem nenhuma perda de vida: milhões de pessoas.
Hoje, ouvimos de todos os lados, mesmo do mundo não judaico: “Vada a bordo”; “Venga a bordo”, “Venha a bordo”... “Venha para a Torá!”
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