A sociedade atual não sente falta de nada quando se trata de judaísmo. Temos tudo disponível na ponta dos dedos, além de obras escritas sobre qualquer assunto que se possa imaginar. Vá a qualquer beit midrash e estará lotado de pessoas estudando. Temos minyanim o tempo todo e cumprimos nossas mitsvot da maneira mais perfeita possível. Então por que, apesar do tempo que passamos estudando Torá e cumprindo mitsvot com frequência ainda nos sentimos desconectados?
Passamos por todos os movimentos de levar vidas judaicas mas isso não parece nos trazer júbilo ou realização. O verdadeiro júbilo parece ser um novo iPad, um novo carro ou um aumento de salário. Estudar, rezar ou cumprimento das mitsvot são bons, mas de maneira alguma são o ponto principal da nossa vida. Nossa carreira, nossos filhos, nosso casamento e nossas posses são aquilo que realmente somos! Shabat e Yom Tov são ótimas oportunidades de passar tempo com a família, comer coisas boas, e tirar um tempo fora do trabalho, mas isso nos revigora espiritualmente? Nossas orações nos dão força para o dia ou apenas queremos nos livrar delas para podermos voltar ao trabalho?
A pergunta que temos de fazer a nós mesmos é se nosso judaísmo é uma parte dinâmica, importante e central da nossa existência. Podemos estar “fazendo”, cumprindo, Torá e mitsvot, mas estamos vivendo, sentindo, e vibrando com isso?
A maioria das mitsvot que cumprimos são orientadas para a ação, como tefilin, lulav, matsá e tsedacá. Essas mitsvot são claramente definidas, com leis estabelecidas que delineiam as maneiras certas e erradas de cumpri-las. E então há aquelas mitsvot que são baseadas no coração. Elas não definem o que fazemos, mas sim quem somos. São menos definidas mas mesmo assim, mais abrangentes. Elas nos ensinam como trazer Hashem para a nossa vida, para que não cumpramos meramente as Suas mitsvot, mas sim que as vivamos realmente!
Tornar Hashem uma parte da nossa vida significa nos sentirmos conectados a Ele o tempo todo. Ele se torna parte do nosso processo de tomada de decisão, para que não tentemos simplesmente encaixar o Judaísmo em nossa vida, mas sim busquemos a vontade de cumprir os mandamentos de Hashem . Isto significa não apenas checar nossas obrigações numa lista, mas sim usar cada mitsvá como uma chance de nos conectarmos com o Mestre do Mundo.
O que estamos fazendo aqui? Por que D'us nos colocou neste mundo? Não sou a primeira nem a última pessoa a fazer esta pergunta – desde o princípio filósofos têm ponderado sobre o significado da vida e chegaram a uma infinidade de respostas diferentes. A resposta judaica a esta pergunta é expressa com eloquência pelo Ramchal na primeira sentença de Mesilat Yesharim: “Para apreciar Sua [de D'us] proximidade, Sua intimidade, e para desenvolver um verdadeiro relacionamento com Ele.”
Estamos no mundo com o objetivo exclusivo de desenvolver um relacionamento com D’us. A questão é: posso realmente alcançar isto? A resposta é sim. A Torá é na verdade um manual para construir um relacionamento com Hashem. Aquilo que pode parecer uma lista de 613 Faças e Não Faças é na verdade uma receita para atingir esta meta. Estudar Torá é uma receita Divina para desenvolver um impressionante relacionamento com D'us, levando a uma vida de felicidade, significado e prazer.
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