A cada dia da Festa de Sucot (com exceção do Shabat), há uma mitsvá de segurar as Quatro Espécies – um lulav (ramo de palmeira), um etrog (fruta cítrica), pelo menos três hadassim (galhos de murta) e duas aravot (ramos de salgueiro). Muitos adquirem seus “jogos de lulav” com seus rabinos, e neste caso o rabino garante que eles recebam um conjunto casher e de qualidade.
No entanto, para aqueles que desejam se aventurar nas águas não garantidas do mercado das Quatro Espécies, aqui estão algumas dicas básicas que, quando seguidas, permitirão que você seja um consumidor relativamente conhecedor. Além disso, a informação abaixo é valiosa independentemente de onde você comprou suas Quatro Espécies – pois alguns defeitos comuns podem invalidar um jogo originalmente casher.
Observação: As leis sobre as Quatro Espécies ocupam vários capítulos do Código da Lei Judaica. Abaixo discutiremos apenas os problemas mais comuns que surgem atualmente. É sempre inteligente, porém, mostrar suas Quatro Espécies ao seu rabino para ter certeza absoluta de que elas atendem a todas as exigências.
Informação Geral
Beleza
A Torá (Vayicrá 23:40) nos ordena segurar uma “linda” fruta. Embora a Torá esteja se referindo ao etrog, empregando a metodologia talmúdica, os Sábios deduziram que a exigência de obter um lindo fruto aplica-se também às outras três espécies. Portanto, embora iremos discutir vários problemas que poderiam invalidar qualquer uma das Quatro Espécies, também é importante escolher espécimes que sejam frescas e esteticamente agradáveis. E como “a beleza está nos olhos de quem vê”, duas pessoas diferentes não têm exatamente o mesmo gosto ao escolher seus sets, conjuntos.
O Fornecedor
É da maior importância que você adquira suas Quatro Espécies de um vendedor confiável, temente a D'us, e que o etrog tenha um certificado rabínico. Um etrog colhido de uma árvore que foi enxertada com outra espécie – uma prática que infelizmente é comum, pois o produto híbrido é muito bonito – é inválido para uso em Sucot. A certificação rabínica garante que o etrog é de uma árvore que foi inspecionada para certificar que é “pura”.
Este é um dos motivos pelo qual muitos preferem usar um etrog que venha da província italiana da Calabria, também conhecidos como etrogs “Yanover”. Os pomares de etrog da região têm fornecido etrogs há séculos, e são conhecidos como tendo um pedigree impecável.
O Lulav
Todas as folhas em um lulav são naturalmente duplas, com as duas metades de cada folha dobradas e apertadamente conectadas uma à outra. A folha do meio no topo do lulav, chamada t’yomet – i.e., a folha que se estende do topo da espinha do lulav, em oposição às folhas que brotam de seus dois lados – é bastante crucial, pois se for significativamente dividida então o lulav é inválido.1 Se, no entanto, for apenas levemente dividido, o lulav ainda é casher – mas o ideal é que você tente comprar um lulav cujo t’yomet seja completo.
O t’yomet é muito delicado, e se parte facilmente. Por este motivo, o lulav deve ser manuseado sempre com cuidado, não se deve permitir que sua ponta bata contra alguma coisa.
Além do t’yomet, quando escolher um lulav, a pessoa deve tentar encontrar um que seja reto e fresco (mais verde, menos amarelo).
O Etrog
A beleza de um etrog é determinada por sua limpeza – i.e., sua falta de quaisquer defeitos ou descoloração – e seu formato. O etrog ideal é um tanto oblongo, não redondo como uma bola; com protuberâncias, não liso; e seu talo deve sair de uma depressão na base.
Um etrog que esteja sem um pingo sequer de sua casca é inválido2 (a menos que tenha sido furado enquanto ainda estava na árvore e uma nova camada de casca cresceu para cobrir a cavidade). Seja cuidadoso com as unhas quando manusear o etrog...
Se o etrog tem bolhas projetando-se do seu exterior em mais de dois lugares, é inválido. Similarmente, é inválido se estiver descolorido em mais de uma área. A descoloração somente invalida um etrog se for perceptível quando se der um olhar precursor para a fruta; não há necessidade de examiná-la para este objetivo. Muitas vezes, um etrog tem pontos de um marrom claro na casca – semelhantes a uma cicatriz. Essas manchas não invalidam um etrog. Pontos pretos sobre o etrog, porém, são um problema se forem facilmente perceptíveis e apareçam em mais de um lugar.
O Etrog está “pitum”
Muitos – mas não todos – etroguim crescem com um pitum, um pedaço de madeira como se fosse uma haste que se destaca no topo. Se o pitum cai completamente ou for inteiramente removido, deixando a fruta nua, o etrog está inválido. Um etrog que cresceu sem um pitum é 100% casher.
Da mesma forma, o etrog é inválido se sua haste, ou seu fundo, for completamente removido. A principal beleza de um etrog está na terça parte superior, aquela parte que se curva para cima. Nessa área, até mesmo uma bolha ou área de descoloração o invalida.
Os Hadassim
Mishulash
Para que um hadas (ramo de murta) seja casher, suas folhas devem se destacar da haste em grupos de três (ou mais), Este padrão é conhecido como sendo mishulash, “triplo”. Se as folhas crescem em grupos de duas, com a terceira folha mais alta ou mais baixa que as outras duas, o hadas é inválido, No entanto, é casher desde que os 10 centímetros superiores do hadas seja mishulash. Atualmente, a maioria dos hadassim vêm pré-embalada e tem certificado casher.
Os Aravot
Não há verdadeiras exigências para o aravá (ramo de salgueiro), exceto que seja da espécie correta de salgueiro: o “salgueiro do rio”. (Uma coisa a se prestar atenção: aravot com frequência são longos e estão aparados para se encaixar no lulav. Deve-se tomar cuidado para que sejam cortados a partir da base, não do topo.)
Notas:
1 – A folha do meio partida somente invalida o lulav para uso nos primeiros dois dias da Festa.
2 – Isso, também, se aplica aos primeiros dois dias da Festa.
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