Sucot é também conhecida como a Festa da Colheita; é o período no qual a produção dos campos, pomares e vinhas é colhida. Os celeiros, terreiros e prensas de vinho e azeitonas trabalham a todo vapor. Semanas e meses de labuta e suor empregados no solo finalmente são recompensados. O fazendeiro sente-se feliz e entusiasmado. Não admira que Sucot seja a Estação do Júbilo.
Nesta época de tamanho sucesso e fartura material, há perigo do homem esquecer de D'us, seu Criador. Vendo que seu trabalho obtém sucesso e tantas recompensas, ele pode pensar que "meu poder e a força das minhas mãos conseguiram-me toda esta riqueza." Há também o perigo dele pensar que trabalhar e acumular fortuna é o verdadeiro objetivo da vida, esquecendo-se de que há valores maiores e mais elevados: os espirituais.
Para que o judeu não esqueça da verdadeira finalidade na vida, D'us, em Sua infinita sabedoria e bondade, ordenou que deixássemos os lares confortáveis nesta época e habitássemos a frágil sucá por sete dias.
Cada um dos sete dias de Sucot representa uma década da vida - setenta anos no total - a duração da vida humana na terra. Esta vida curta poderá ser considerada somente como um período de preparo para a vida eterna, a vida em que a fortuna material não conta e onde somente a riqueza espiritual tem valor. Os armazéns de trigo, de vinho e azeite devem ser deixados para trás, enquanto somente os armazéns de Torá e de mitsvot, boas ações, podem ser levados e aproveitados na vida eterna.
É também esta a razão pela qual em certas congregações costuma-se ler o livro de Cohelet (Eclesíastes), na sinagoga em Shabat Chol Hamoêd Sucot. O Livro de Cohelet, escrito pelo mais sábio dos homens, o Rei Salomão, é repleto de pensamentos e reflexões profundas sobre a vaidade deste mundo. Conclui com propriedade com as palavras: "O que importa, no final de tudo é: tema a D'us e cumpra Seus mandamentos, pois esta é a finalidade da existência do homem."
Assim, Sucot é para nós a Festa da Colheita. Num sentido mais profundo, nos ensina juntar, reter e armazenar as experiências religiosas e a elevação espiritual que conseguimos durante as muitas e variadas festas, orações e mitsvot do mês de Tishrei, para que assim possamos fazer retiradas deste rico armazém durante o ano inteiro.
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