Christopher Reeve e George Reeves.
Dois homens, não relacionados, com sobrenomes quase idênticos.
Os dois morreram jovens, no auge de suas vidas; George com 45 anos e Christopher aos 52.
Ambos foram celebridades americanas que atingiram o estrelato pelas suas conquistas artísticas. Os dois desempenharam o papel do Super-Homem – George, na série original da TV dos anos 50, e Christopher, no estrondoso sucesso do cinema nas décadas de 70 e 80.
Olhando de relance, a vida dos dois parece semelhante. Porém cada qual tinha um sistema de crenças diferente, efetivamente mudando a direção de como eles levaram a vida – e como morreram.
Segundo o relatório do Departamento de Polícia de Los Angeles, nas últimas horas da noite de 16 de junho de 1959, George Reeves morreu baleado na cabeça no quarto de sua casa. Depoimentos de testemunhas e um exame da cena do crime levaram à conclusão de que a morte na verdade foi consequência de isolamento seguido de suicídio.
O relatório da polícia declara: “[Reeves estava]… deprimido porque não conseguiu ter o tipo de papéis que desejava.”
Christopher Reeve, por outro lado, teve sucesso como ator, diretor, produtor e roteirista.
Então a tragédia veio em 1995.
Após um acidente numa competição equestre, na qual foi jogado fora do cavalo, Reeve ficou quadriplégico. Ele precisou de uma cadeira de rodas e aparelhos para respirar pelo resto da vida, até sua morte em 2004, de ataque cardíaco.
Cinco dias após ter sido jogado de cabeça no chão, Reeves recuperou a consciência. O médico explicou que ele tinha destruído a primeira e a segunda vértebras cervicais. Após compreender que não apenas jamais caminharia novamente, mas também não poderia mover qualquer parte do corpo, Reeve considerou o suicídio.
Disse para sua esposa Dana: “Talvez devêssemos deixar que eu vá embora.”
Chorando, ela respondeu: “Vou dizer isto uma única vez: vou apoiar o que você quiser fazer, porque esta é a sua vida, e a decisão é sua. Porém quero que saiba que estarei com você para a longa corrida, não importa o que aconteça. Você ainda é você. E eu te amo.”
Reeve jamais pensou em suicídio novamente.
Em vez disso, ele passou por uma cirurgia e extensa reabilitação, forçando-se até seu limite nas sessões diárias de terapia. Uma vez estabilizado, mas ainda paralisado do pescoço para baixo, Reeve usou seu nome e status de clebridade em prol das pessoas com lesões na espinha e criou a Fundação Christopher Reeve, que tem doado dezenas de milhões de dólares para pesquisa e consegue melhorar a qualidade de vida de pessoas incapacitadas.
Reeve também abrilhantou as Para-Olimpíadas, narrou, dirigiu e produziu filmes, compareceu à Entrega do Oscar, fez uma viagem a Israel e discutiu o progresso da pesquisa em lesões da medula espinhal no Programa Larry King Live, fez discursos em todo o país, escreveu livros que foram campeões de vendas e permaneceram na lista dos best-seller do New York Times durante semanas, recebeu diversos prêmios e ainda estrelou alguns papéis no cinema.
E ele fez tudo isso nos anos que se seguiram ao acidente, apesar de sua extensa incapacidade física.
Cada um de nós é um SuperHomem com status de super-herói. Cada um de nós recebeu um âmago Divino com potencial infinito para atingir o “estrelato”. Porém quanto mais alto chegamos, maior é a queda que podemos ter.
Há épocas na vida em que nos sentimos como verdadeiros astros. As coisas estão surgindo em nosso caminho. Chegamos ao auge do sucesso, ou conquistamos uma importante aspiração da nossa vida. Sentimo-nos contentes e felizes. O sol está brilhando intensamente sobre nós.
Mas então, de repente, a maré vira, e nos encontramos no meio de uma tempestade terrivelmente escura e assustadora. Nossos sonhos são destroçados, nossas expectativas destruídas. O mundo que conhecíamos não é mais o mesmo, e jamais será. Os desafios nos privam de nossa alegria e vigor, e minam toda a vitalidade da nossa existência.
Como reagimos à essa situação difícil? Mergulhamos na depressão, concentrando-nos unicamente na injustiça e crueldade do nosso destino? Praguejamos contra um mundo cruel e sem D'us?
Ou nos erguemos para enfrentar a situação, investindo uma força sobre-humana para lutar contra os obstáculos em nosso caminho? Resolvemos fazer o melhor possível com aquilo que o destino atirou em nosso caminho, celebrando nossa vida de maneira plena, enquanto trazemos júbilo e objetivos àqueles que nos cercam?
Não podemos julgar as escolhas de outros. Não conseguimos imaginar suas circunstâncias ou sua tremenda luta interior. Porém a certa altura, pelo menos em parte, cada um de nós deve enfrentar uma escolha assim em nossa própria vida. E em última análise, o caminho de um verdadeiro Super-Herói é somente um.
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