Após Yossef ter permanecido na prisão por doze anos, D'us decidiu: "Vou pô-lo em liberdade agora." Por isso, D'us fez com que o Faraó tivesse pesadelos à noite.

Vocês sabem o que o Faraó sonhou?

Ele estava no rio Nilo. Sete vacas estavam saindo do rio. Eram gordas e bem alimentadas. Em seguida, saíram do rio mais sete vacas. Mas estas eram totalmente diferentes! Eram magras e esfomeadas.

O sonho continuou. As sete vacas magras e esfomeadas abriram suas bocas e engoliram as sete vacas gordas e sadias. Não sobrou nada delas; porém, as vacas magras não ficaram mais gordas depois de comerem as vacas sadias.

Na verdade, era um sonho estranho, mas o Faraó não teve tempo de pensar sobre ele quando acordou, pois adormeceu novamente e sonhou de novo.

Sete lindas e grandes espigas de trigo estavam saindo para fora de uma haste. Cada caroço era grande e cheio.

De repente, o Faraó viu mais sete espigas brotando, mas eram diferentes: elas cresciam em sete hastes separadas ao invés de uma só. Além disso, cada espiga era tão fina e murcha que dava pena.

E as sete espigas de trigo, finas e murchas, abocanharam as sete espigas grandes e cheias.

Yossef é Chamado Perante o Faraó

Vocês podem imaginar o estado do Faraó quando ele acordou? O que poderiam significar estes sonhos tão estranhos?

O Faraó ordenou que todos os seus sábios e mágicos se reunissem no palácio.

"Expliquem-me os meus sonhos," ordenou.

Os mágicos tinham muitas idéias originais, cada um tinha uma explicação diferente para os sonhos do Faraó. Um deles disse:

"É muito claro, meu Faraó, que tenhas sonhado com sete vacas gordas e sadias, porque tua mulher dará à luz sete filhas. Em seguida, vistes as sete vacas sadias serem engolidas porque, ai de mim, todas tuas sete filhas morrerão."

Um outro continuou:

"E vistes sete lindas espigas de trigo porque vais conquistar sete países. Sete espigas magras engoliram as boas, significando que, mais tarde, perderás estes sete países."

Mas o Faraó não estava satisfeito. Seus mágicos sabiam como explicar o número "sete", mas por que tinha ele visto sete vacas saindo do rio e sete espigas de trigo ao invés de sete cães ou sete árvores, ou qualquer outro objeto? Seus mágicos não tinham respostas para suas perguntas.

"Não há ninguém aqui que possa explicar corretamente meu sonho?" - gritou o Faraó.

De repente, o adegueiro pensou num homem que sabia como explicar sonhos. Yossef! E exclamou:

"Eu conheço o homem certo! Uma vez, ele explicou dois sonhos e os dois se realizaram. Mas este homem está na prisão."

"Traga-o aqui imediatamente!" - ordenou o Faraó.

Um mensageiro correu rápido para a prisão. O cabelo de Yossef foi aparado e sua roupa trocada para que ficasse apresentável perante o Faraó. E ele foi levado para o palácio.

"Ouvi dizer que sabes como explicar sonhos," cumprimentou o Faraó a Yossef. Yossef respondeu:

"Nenhum homem pode saber o verdadeiro significado dos sonhos; somente D'us sabe. D'us pode revelar para mim a verdadeira explicação de seus sonhos."

Yossef não ficou orgulhoso quando o Faraó o chamou diante de si. Ele não tinha a pretensão de saber como explicar um sonho.

Uma História: Rabi Akiva e o Pobre Homem Rico

Certa vez, Rabi Akiva queria vender uma pérola. Procurou um comprador que lhe oferecesse um valor alto, porque a pérola era tão linda que era difícil encontrar outra igual. No mercado, todos souberam que Rabi Akiva tinha uma pérola rara e linda para vender.

Um dia, quando Rabi Akiva passou pela sinagoga, um homem com roupas esfarrapadas e rasgadas se ergueu do banco onde se sentavam os mendigos e disse para o Rabi:

"Soube de sua pérola e vou lhe pagar o preço que pede."

Rabi Akiva olhou espantado para o homem pobre. Como ele poderia ter dinheiro suficiente para comprar uma pérola tão cara? Seria um trapaceiro? Ou estaria apenas fazendo uma brincadeira?

Mas o homem pediu a Rabi Akiva que fosse a sua casa. Ele lhe pagaria lá. O homem conduziu Rabi Akiva até a casa. Não era uma choupana, mas uma linda mansão, onde apareceram criados bem vestidos que ofereceram uma refeição para Rabi Akiva e seus alunos.

O "pobre" homem trouxe ouro e pagou a Rabi Akiva o preço total. E ordenou a um criado que guardasse a pérola num lugar seguro onde ele guardava mais seis pérolas iguais.

"Se és tão rico," perguntou Rabi Akiva ao homem, "por que usas roupas de pobre? E por que sentas no banco dos mendigos da sinagoga?"

"Rabi," explicou o homem, "a vida de um homem não é curta? Em breve, estarei na sepultura. Para lembrar a mim mesmo que não vou ter minhas riquezas para sempre, sento-me com as pessoas pobres. Deste modo, não fico orgulhoso por causa da fortuna que D'us me deu. E também há outra vantagem em sentar entre os pobres. Se alguma vez perder minha fortuna, não ficarei aborrecido, porque sei que um mendigo e um homem rico são iguais, como se diz, 'Não fomos todos criados por um Pai e um D'us?' Eu sei que D'us odeia as pessoas orgulhosas ".

Quando Rabi Akiva ouviu isso, elogiou o homem.

"Eu gostaria que todas as pessoas ricas tirassem um exemplo de sua humildade!" - exclamou ele.