Por Iehiel Moscovich – Vol. 30

No dia do casamento todos os pecados do noivo são absolvidos. Aprendemos isso do casamento de Essav Harashá (Esaú, o perverso).

Durante a Parashá, são mencionadas as esposas de Essav, e entre elas, Basmát filha de Yshmael (Ismael). Entretanto, na Parashá de Toledot, (algumas semanas atrás), quando é mencionado o casamento deles, a Torá a chama de Machalát. Um comentarista perguntou: "Acaso este era o seu nome? Ela se chamava Basmát. Mas este nome foi usado, pois todos os pecados de Essav foram perdoados (pois em hebraico, Machalát significa perdão)".

A absolvição dos pecados no dia do casamento, simboliza uma nova etapa na vida do homem. Mas por que a Torá escolheu como exemplo para isso justamente o caso de Essav que era um pecador? Não havia alguma outra pessoa, em um nível mais elevado, tanto antes quanto depois de Essav, que fosse mais apropriada para servir de exemplo?

E qual é o verdadeiro motivo para que os pecados sejam perdoados no dia da Chupá?

Um dos motivos é que este dia possui o nível espiritual de Yom Kipur para o noivo e a noiva. E assim como consta que a própria essência de Yom Kipur perdoa, pelo fato de que uma parte especial da alma do judeu é despertada fazendo com que ele deseje profundamente se conectar a D'us, e assim ele é perdoado, o mesmo ocorre com o dia do casamento. Neste momento, o homem está prestes a começar o processo de construir uma família e um lar judaico. Com isso, sua alma alcança um nível especial muito elevado.

Neste aspecto, Essav possui uma particularidade especial. Ele foi o primeiro judeu pecador. Todos os pecadores que o precederam, ainda não eram considerados judeus completamente. E é por isso que a Torá o escolheu especialmente para ilustrar a ideia do perdão dos pecados no dia do casamento. Para nos mostrar que não importa o quanto ele haja pecado, ou quantos erros haja cometido, sua essência permanece intacta, e no dia de seu casamento sua alma é despertada e elevada e ele é totalmente absolvido.