Debby sentou-se ofegante no ônibus perto de sua amiga Leah. “Eu não posso acreditar que alcançamos este ônibus. Eu pensei que nós íamos perdê-lo. Além disso, ele tem vários bancos vazios”. Debby pegou um saco de batatas chips de dentro de sua mochila enquanto as duas falavam sobre o dia na escola. Ela ofereceu as batatas a Leah que pegou algumas enquanto agradecia acenando com a cabeça.
“Eu não posso acreditar que a nova professora, a Sra. Stein,” exclamou Leah, “dê tanto dever de casa. E ela nos faz escrever sem parar. Mas ela é realmente interessante. Eu acho que tudo isto vale à pena. O que você escolheu para seu projeto de Ciência, Debby?”
Debby disparou uma explicação completa sobre seu projeto, que seria sobre os olhos.
“Eu quero dizer, os olhos dos gatos são realmente bonitos, eles até brilham no escuro.” Enquanto Debby falava, ela, sem mais nem menos, se virou para jogar o saco vazio das batatas para fora da janela aberta. “O que você está fazendo?” Leah a interrompeu.
Debby olhou para a sua amiga, que a estava olhando com os olhos bem abertos.
“Eu…”, Debby riu desconfortável, “...estou jogando o saco vazio para fora da janela. Assim, eu não jogarei lixo no chão do ônibus,” ela terminou meio sem jeito, apontando para a lixeira entupida perto da porta do ônibus.
Leah disse: “Você pode jogar o saco vazio na minha mochila. Eu vou jogá-lo fora quando descermos do ônibus.” Debby levantou os ombros. “Já tem tanto lixo na rua. Mais um saco vazio não fará tanta diferença, afinal de contas.”
Leah olhou com ternura para sua amiga. “Eu não quero que pareça como se eu estivesse dando uma lição de moral, mas este tipo de coisa me lembra o que a Sra. Cohen falou hoje.”
“O que foi?” disse Debby olhando interessada para Leah. As duas amigas realmente gostavam da sua professora de estudos judaicos e suas aulas eram geralmente muito informativas. Leah continuou, “Ela estava falando sobre a porção da Torá que fala sobre o Dilúvio. O Dilúvio foi causado em parte pelo roubo. Mas, nossos Sábios dizem que ele não era um roubo comum. Digamos que exista alguém com um cesto de ervilhas. Todos vêm e roubam apenas uma ervilha cada um. Eles dizem: Que diferença pode fazer pegar apenas uma ervilha? Mas, quando dezenas de pessoas pegam uma ervilha cada uma, o pobre sujeito que as comprou acabaria sem nenhuma. Cada pessoa fez apenas uma pequena coisa – mas elas se somaram e se tornaram algo horrível.”
Debby olhou para Leah sentindo-se culpada. “Você está certa. Eu acho que eu estava só pensando neste pequeno pedaço de lixo. Claro que se todos fizerem o mesmo...” Sua voz desapareceu. Então ela disse, novamente animada. “Devolva-me o saco. Eu o jogarei na lixeira mais tarde. Nós não queremos causar nenhum Dilúvio, não é?”
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