Por muitos anos me esquivei. Apesar de alguns chassidim me abordarem na rua, incontáveis vezes, minha resposta era sempre negativa: não queria colocar tefilin, afinal não fazia sentido algum, por que então deveria amarrá-los em volta de meu braço? E apesar da insistência e vários argumentos, nada me fazia mudar de opinião: Não, e ponto!
A mente humana interpreta teimosia como poder e poder como grandeza. Muitos anos se passaram e só então pude entender a mensagem. É preciso as vezes um único ato, uma única mudança de atitude para depois encontrar o óbvio.
Shavuot se aproxima, e vem a mensagem da data: “Nasse ve Nishmá”, “Faça para depois entender”. Hoje coloco tefilim, aonde eu estiver. Pode ser aqui ou em viagem, não importa se seja em locais ou países exóticos; sempre me acompanham. E não os despacho nas malas, mas coloco na minha mochila que viaja sempre comigo para ter certeza de que, se houver um extravio, ainda estarão comigo, amarrando meus braços, meus pensamentos, fortalecendo meu coração.
Os sábios do Talmud declaram que a partir do momento em que recebemos a Torá no Monte Sinai, cada judeu passou a ser responsável pelos atos do próximo, unindo assim o povo como um todo. Ou seja, ao convencermos um outro judeu a cumprir a mitsvá de tefilin, além de fortificar a segurança física de todo o povo judeu, também estamos mantendo nossa integridade.
Hoje entendo a persistência daqueles que insistiam e continuam insistindo espalhando no mundo a campanha lançada pelo Rebe anos atrás, desde a época em que ninguém ousava abordar as pessoas na rua, muito menos para amarrar tiras de couro firmemente em seus braços.
Parece insano? Absurdo? Não, simplesmente revolucionário!
Coloco meus tefilin diariamente, sempre quando é permitido. Nos tornamos parceiros inseparáveis, aonde eu estiver…
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