Sempre tive amor e um anseio pelo Judaísmo. Eu era uma menina pequena de uma família tradicional conservadora, mas quando eu via pessoas chassídicas, dizia: “Oh, eles são tão bonitos,” como se eu quisesse ser igual a eles. Quando cresci e me casei, acendia velas de Shabat e mantinha um lar casher mas não era observante do Shabat.

E então meu irmão Levi Reiter e sua esposa Raizel se tornaram chassidim Lubavitch. Através deles, comecei a freqüentar aulas em Crown Heights todo domingo e então me tornei bem mais observante.

Tive três filhos e antes de cada um deles nascer, o Rebe me deu uma bênção para que tudo desse certo. A certa altura, ele me disse que eu teria nachas [alegrias] tremendas de meus filhos, e foi o que ocorreu, todos eles são realmente incríveis, graças a D'us.

Mas quando meu filho do meio, Yehoshua Leib, tinha um ano de idade, ele teve seu primeiro ataque. O médico achou que poderia ter sido causado por uma febre, mas então houve outra convulsão leve, talvez seis meses depois. Aparentemente, ele tinha uma espécie de distúrbio convulsivo. Então, uma noite em 1981, quando ele tinha quase três anos, fui ver como ele estava. Mesmo no escuro, percebi que algo estava errado. Acendi as luzes e seu rosto estava azul. Não sei há quanto tempo ele estava nesse, mas quando cheguei lá, ele estava totalmente mole e sua respiração estava muito fraca. Nós o pegamos e corremos para fora, esperando que o frio da noite o revivesse, mas nada aconteceu. Chamamos a ambulância.

No hospital, enquanto os médicos o estavam examinando, eles mencionaram algo, nessa maneira enfática, sobre sua paralisia.

“O quê?” eu engasguei.

“Você não percebeu?” eles disseram. ‘Metade de seu corpo está paralisado.” Eles me mostraram que seus olhos estavam caídos, assim como seus lábios. Eles ergueram a sua mão e ela simplesmente caiu. “Sim,” eles confirmaram, “ele está paralisado.”

Imediatamente liguei para meu irmão e contei-lhe o que estava acontecendo, e que eu precisava de uma bênção do Rebe.

Ele me deu sua palavra: “Eu vou cuidar disso.” Só de ouvir isso me deu muita confiança, por que meu irmão sempre cumpre o que fala.

Na época eu não sabia, mas não foi tão fácil. Quando conversamos, eram 22h30 de um sábado à noite, e o Rebe já estava em casa após o Shabat. Mais tarde meu irmão contou-me que ligou ara todos na secretária do Rebe para passar a mensagem. Mas, compreensivelmente, eles hesitaram em perturbar o Rebe quando ele estivesse em casa à noite. Eles disseram que fariam o seu melhor, mas não podiam prometer transmitir a mensagem naquela hora.

De volta à sala de emergência, perguntei aos médicos: “Quais são as chances de meu filho se recuperar?”

“Bem,” explicaram, “com esse tipo de paralisia, ele pode melhorar até certo ponto e recuperar algum movimento, mas nunca mais voltará ao normal.”

“Tudo bem,” pensei, “vou precisar de uma cadeira de rodas para ele, vou precisar encontrar uma escola especial, vou precisar de um fisioterapeuta...” Eu estava tentando me concentrar nas providências que teria que tomar para o meu filho.

Enquanto isso, meu irmão sabia como a situação era urgente. O Rebe precisava saber, naquela mesma noite, o que estava acontecendo com meu filho. E então, ele decidiu ir direto para a casa do Rebe pessoalmente.

Normalmente, havia alunos da yeshivá parados nas proximidades que mantinham uma vigilância não oficial sobre a casa do Rebe, certificando-se de que não houvesse distúrbios. Então meu irmão com um amigo e o enviou para fora do carro em direção à casa do Rebe. Os alunos foram questionar o amigo, e enquanto estavam distraídos, ele passou e foi direto para a porta da frente do Rebe. Agora seu coração batia tão forte que ele pensou que fosse desmaiar, então apenas fechou os olhos e tocou a campainha.

A luzes se acenderam dentro da casa, aqui e ali, e depois de alguns minutos, a porta da frente se abriu, e era a Rebetsin Chaya Mushka. Meu irmão nunca tinha visto a esposa do Rebe antes.

“Por favor, entre”, ela ofereceu, convidando-o para entrar na casa. “Como posso ajudá-lo?”

Ele estava sufocado naquele ponto, mas foi em frente e contou tudo a ela. Enquanto ele estava falando sobre o que estava acontecendo com meu filho, ela deu um suspiro profundo: ‘Ach, ach...’” e era óbvio o quão intensamente ela estava preocupada. Tudo isso causou uma profunda impressão em meu irmão – a expressão majestosa em seu rosto e a maneira como ela se envolveu completamente no que estávamos passando.

Ela perguntou o nome do meu filho e o nome do meu irmão. “Vou contar ao meu marido,” ela disse.

Não sei exatamente quando o Rebe realmente deu sua bênção – o secretário do Rebe ligou para meu irmão de volta pela manhã para confirmar que passaram a mensagem para o Rebe – mas vimos os resultados no hospital bem antes disso. Por volta de 1h20 da madrugada, meu filho de repente começou a mover-se novamente. “Não acredito,” exclamou o médico. “Eu não acredito!” Era como se ele tivesse se recuperado completamente.

Havia alguns outros especialistas lá, e lembro-me deles perguntando: “Ele está realmente se movendo? No lado paralisado de seu corpo?!” Eles ficaram maravilhados.

Eu disse ao pediatra, que era judeu, que era por causa de uma bênção do Rebe de Lubavitch. “Bem,” ele respondeu, “você pode estar certa sobre isso, porque nunca vimos nada assim antes.”

Depois disso, a cada poucos meses íamos a um neurologista pediátrico para examinar meu filho. Ele adorava quando íamos porque Yehoshua Leib chegava correndo e pulava na cama de exame. Acho que foi uma emoção para ele ver uma criança que se recuperou completamente. Claro, foi um milagre; foi a bênção do Rebe.