A história que contarei começa em Johanesburgo, onde eu morava com meu falecido marido, David Neppe – que atuou por algum tempo como o prefeito da cidade – e nossos dois filhos Cliff e Cindy.
Aconteceu uma semana antes do aniversário de 13 anos de Cindy ,em abril de 1983. Tínhamos acabado de voltar de um passeio mãe-filha a um shopping, e Cindy sentou-se numa cadeira para assistir TV, quando a ouvi chamar: “Mamãe!” (Ela disse depois que de repente se sentiu estranha.) Fui até a sala e tive o maior susto da minha vida – ela estava sentada ali totalmente rígida e aparentemente inconsciente.
Meu marido não estava em casa portanto chamei Cliff, que a pegou e carregou até o carro, e dirigimos o mais rápido possível até o hospital.
Quando chegamos lá, ela voltou a si e perguntou: “Por que vocês me trouxeram aqui?”
Ela foi examinada na sala de emergência, e após alguns testes, um neurocirurgião foi chamado para consulta. O neurocirurgião ordenou uma biópsia do cérebro para determinar o que estava ocorrendo. Isso era mais fácil dizer do que fazer – o fato de que eles não queriam sedá-la totalmente, tornou as coisas bem complicadas. Seus movimentos causavam problemas com o equipamento que estavam usando, e o procedimento, que tinha sido programado para demorar quarenta minutos, durou por seis horas.
Então eles nos informaram sobre o terrível diagnóstico: Cindy tinha um tumor inoperável no cérebro, e radiação junto com quimioterapia era o único tratamento disponível. Até mesmo esse oferecia muito pouca esperança, ela provavelmente iria morrer.
Fomos para casa e telefonei para minha boa amiga Shirley Resnick, que imediatamente disse que deveríamos buscar uma bênção do Rebe. Ela falou com Rabi Moshe Doman, que entrou em contato com Nova York. A resposta veio logo – o Rebe enviou sua bênção, junto com uma mensagem para checar as mezuzot de nossa casa e para mantê-lo informado sobre o que estava acontecendo.
Rabi Doman fez a checagem. A primeira mezuzá que ele conferiu era a da nossa porta da frente. Quando ele a abriu, viu que a caixa da mezuzá tinha enferrujado tanto que o rolo estava danificado. No último verso – que diz, “E você deve escrevê-las nos batentes de sua casa e em suas entradas, para prolongar seus dias e os dias de seus filhos...” – a palavra “filhos” tinha sido obliterada. Rabi Doman achou extremamente relevante a checagem que apontou, justamente no verso, conforme explicou, que indica que “D'us trará vida para suas crianças, filhos e filhas...”, porém aquela própria palavra estava coberta com ferrugem.
É claro, imediatamente adquiridos e colocamos novos pergaminhos na mezuzá imediatamente. Mas ainda estávamos preocupados sobre o tratamento recomendado. Enquanto isso, Cindy tinha sido medicada com cortisona, um esteróide, e ela tinha explodido como um balão.
Na época, meu irmão mais velho estava morando no Canadá e ele nos disse para irmos lá para ter Cindy avaliada no Hospital para Crianças em Toronto. Como os médicos em Johanesburgo não estavam tendo muita esperança, Cindy e eu fomos para o Canadá. Ali, os médicos avaliaram todos seus exames e os dados da biópsia do cérebro que tinham sido feitos em Johanesburgo, e deram-me a notícia inacreditável: “Não há nada ali.”
“Mas houve não um, mas dois neurocirurgiões na África do Sul que me disseram que minha filha tem um tumor inoperável no cérebro!” exclamei.
“Estamos dizendo a você aquilo que vemos,” eles disseram, especulando que Cindy talvez tivesse uma infecção benigna, nas não havia absolutamente nenhum sinal de malignidade e nenhum tratamento era necessário.
Desnecessário dizer, embora eu estivesse alegre por ouvir isso, eu tinha de estar totalmente segura. Eu não ia apenas aceitar a palavra deles após receber um diagnóstico dramaticamente diferente de outros médicos.
Procurando por mais uma opinião, entrei em contato com um médico da Universidade Queens em Kingston, Ontário, que fica a três horas de Toronto. Levei todos os exames e imagens comigo, conforme ele instruiu, e após examinar tudo, ele falou a mesma coisa que os médicos em Toronto: “Não há nada aqui.” Ele acrescentou: “Minha recomendação é que você pare a cortisona gradualmente e vá para casa.”
Quando cheguei em Toronto, imediatamente liguei para Nova York. Eu tinha mantido o secretariado do Rebe informado de tudo que estava acontecendo, conforme havia sido solicitado. Então pedi ma audiência com o Rebe; senti que era importante para Cindy e para mim vê-lo antes de voltar para a África do Sul. Uma audiência privada não era possível, mas fomos informadas que poderíamos ver o Rebe com um grupo de pessoas.
Voamos para Nova York e esperamos, junto com muitos outros, o Rebe chegar. Consegui posicionar Cindy para a frente e fiquei ali com ela. Ele olhou para nós com seus brilhantes olhos azuis, e fiquei muito emocionada. Então ele nos deu dólares para tsedaca, bem como uma bênção geral para todo o grupo. Cindy mais tarde disse que quando ele olhou para ela, ela sentiu os olhos deles indo até a alma dela e que foi a experiência mais memorável da sua vida.
Quando voltamos para casa, fui ver o neurocirurgião que tinha inicialmente diagnosticado Cindy e disse a ele que ela não iria passar por nenhum tratamento. Suas palavras exatas para mim foram: “Espero que você não engula suas palavras.” Graças a D'us, nunca tive que fazer isso.
Como precaução, tivemos Cindy checada regularmente – a cada intervalo, ela tinha o cérebro escaneado. E a cada vez, Dr. Charles Kaplan, que se tornara seu neurologista, me dizia: “Essa criança é um milagre!”
Claramente, os médicos em Johanesburgo tinham errado o diagnóstico e se ela tivesse passado por radiação e quimioterapia, poderia ter sofrido danos em seu cérebro e possivelmente morrido. Mas com a bênção do Rebe e sua instrução para checar nossas mezuzot, tudo mudou de rumo.
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